Lendo o livro de José Caitano de Oliveira “A Saga de 1930 e o doido da Paraíba” constato que embora o presidente João Pessoa tenha aparecido como herói da Paraíba graças a caneta de historiadores ligados à Aliança Liberal, o pai dele, Cândido Clementino, não passou de uma figura apagada.
Estou no primeiro capítulo do livro que tem 342 páginas e está na sua segunda edição, por isso não vou debulhar seu conteúdo aqui. Sei que é polêmico e que sua publicação quase tira o resto do juízo de Wellington Aguiar, ferrenho defensor do falecido ex-presidente do Estado. Chamou-me, porém, a atenção, essa verdade sobre o pai de João Pessoa. Por que foi tão inexpressivo na história do Estado e na formação do filho?
Segundo Caitano, que cita fontes como Ademar Vidal, Zé Américo e o próprio Wellington Aguiar, João Pessoa foi criado pelos tios. Com os tios morou em Cabaceiras e em Guarabira. De Guarabira foi para o Rio sob a proteção do tio mais famoso, Epitácio Pessoa.
Caitano afirma que João Pessoa odiava o pai, mas não detalha a origem desse ódio.
Dessa parte eu quase discordo.
E o faço por um motivo muito simples: foi por causa do pai que João Pessoa passou a odiar a família de Zé Pereira.
Um parente próximo do coronel trocou murros com o pai de João Pessoa em Monteiro, anos antes dele se tornar presidente do Estado da Paraíba. O parente de Zé Pereira se chamava Inocêncio e, como o pai do ex-presidente, trabalhava no Fisco. Jogavam uma partida de baralho e começaram a discutir. Partiram para os finalmente e, na peleja, Seu Clementino levou a pior. Aloysio Pereira escreve em seu livro “Eu e meu pai, deputado José Pereira Lima” que João Pessoa jurara exterminar os descendentes de Zé Pereira quando assumisse o poder na Paraíba.
Mas isso é assunto para outros escritos.
Agora volto ao saboroso livro de José Caitano.
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