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O PAREDÃO DE MELOSA

14 de maio de 2018

Por Rena Bezerra

Quem é morador da roça

Tem vida de qualidade,

Dar de duzentos por cento

Na vida la da cidade,

Na roça não tem barulho

Nem mau cheiro nem entulho

Pra causar enfermidade.

Na roça bem à vontade

A gente dorme sem medo,

Não tem zoada de moto

Nem avião de brinquedo,

Por la a gente se deita

Em uma rede bem feita

Armada no arvoredo.

Mas acabou-se o sossego

Por aqui nesse mundão,

Onde só se ouvia o grilo

Cantando na escuridão,

Agora a gente da vendo

O chão de longe tremendo

Na força do paredão.

Tem uns que botam em carrão

Tipo S10 luxuosa,

Hilux, L200

Na sua Ranger vistosa,

Mas no caso de Donizete

Não tendo caminhote

Botou na burra melosa.

Melosa ficou vistosa

Usando seu paredão,

Passou a ser contratada

Pras festas da região,

E depois desse sucesso

Da chegada do progresso

Haja farra no sertão.

Quem quiser ter diversão

Uma zoada estrondosa,

Não vá chamar Safadão

Nem a Gatinha Manhosa,

Contrate aqui nosso brilho

Com um bisaco de milho

Chame a burrinha melosa.

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