Por Rena Bezerra
Quem é morador da roça
Tem vida de qualidade,
Dar de duzentos por cento
Na vida la da cidade,
Na roça não tem barulho
Nem mau cheiro nem entulho
Pra causar enfermidade.
Na roça bem à vontade
A gente dorme sem medo,
Não tem zoada de moto
Nem avião de brinquedo,
Por la a gente se deita
Em uma rede bem feita
Armada no arvoredo.
Mas acabou-se o sossego
Por aqui nesse mundão,
Onde só se ouvia o grilo
Cantando na escuridão,
Agora a gente da vendo
O chão de longe tremendo
Na força do paredão.
Tem uns que botam em carrão
Tipo S10 luxuosa,
Hilux, L200
Na sua Ranger vistosa,
Mas no caso de Donizete
Não tendo caminhote
Botou na burra melosa.
Melosa ficou vistosa
Usando seu paredão,
Passou a ser contratada
Pras festas da região,
E depois desse sucesso
Da chegada do progresso
Haja farra no sertão.
Quem quiser ter diversão
Uma zoada estrondosa,
Não vá chamar Safadão
Nem a Gatinha Manhosa,
Contrate aqui nosso brilho
Com um bisaco de milho
Chame a burrinha melosa.
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