BOLSONARO NÃO PODE MORRER

 

 

FERNANDO MILANEZ 

Antes de mais nada, preciso dizer que não votei em Bolsonaro. E que jamais votarei em Bolsonaro.
Dito isto, quero ressaltar que Bolsonaro não pode morrer. Ninguém pode desejar a morte de outra pessoa, qualquer que seja a motivação.
Esse é um tema delicado, mas preciso dizer o que penso. Às vezes evita-se falar sobre determinados assuntos porque a discussão pode se tornar algo estéril, onde haverá muito pouco espaço para a reflexão.
Mas, ao mesmo tempo em que defendo e rezo pela pronta recuperação de Bolsonaro, preciso relembrar aqui o comportamento do Presidente da República durante uma pandemia que já tirou a vida de mais de meio milhão de brasileiros. Aspas para ele ao longo dos últimos meses:
> “Eu não sou coveiro, tá certo?”.
> “Mortes vão haver”. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”.
> “A gente lamenta todas as mortes, está chegando ao número 100 mil, mas vamos tocar a vida.”
> “Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer.”
Lembram disso? Pois é.
Mas eu fui buscar em 2015 uma outra declaração do então deputado Jair Bolsonaro que diz muito sobre ele:
“Eu espero que o mandato de Dilma Rousseff acabe hoje, infartada ou com câncer, de qualquer maneira. O Brasil não pode continuar sofrendo com uma incompetente, ou ‘incompetenta’ à frente de um país tão grande e maravilhoso”.
Mesmo assim (e apesar disso), reitero que Bolsonaro não merece morrer. Pelo menos agora.
Ele não pode morrer antes de ser julgado pelo povo brasileiro em 2022.
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