Destaques

Domingueiras do Tião

17 de março de 2024

A ROÇA, SEU MIGUEL E DONA NILA

Dona Emília equilibrava o prato na cabeça enquanto seguia, estrada a fora, na direção da roça onde Miguel derrubava um partido de jurema preta para, depois da queima, plantar milho e feijão.

Eu disse um prato, mas eram dois, um em cima e outro embaixo. No de baixo estavam o feijão, a farinha, a carne e a pimenta malagueta que dava gosto a comida. O de cima servia para proteger o de baixo. E os dois eram amarrados a um pano em forma de trouxa.

E lá ia Emília se desviando dos carros que passavam, pisando na lama  e atravessando os pequenos córregos que a chuva criava quando caía do céu. Atrás dela o menino seguia seus passos, de vez em quando desviava a atenção para algum passarinho que passava voando ou estacionara numa estaca da cerca, ela na frente, o menino atrás e no ar o som da cantiga que ela entoava para tornar mais curta a viagem de casa até a roça.

Na chegada, o pano estendido debaixo do juazeiro, a cabaça d`água depositada ao lado e Miguel finalmente descansando o corpo moído pelo esforço da derrubada da jurema com sua foice afiada.

Sentava, tirava o chapéu, recebia o prato e comia de boca cheia. Terminava a refeição, pedia “uma golada d`água”, bebia até se fartar, em seguida engolia o café quente fervido na trempe de pedras com fogo de lenha e acendia o cigarro de fumo para “dispairecer”.

Dali a pouco recomeçaria a luta contra o partido de jurema até o sol começar a se esconder na quebrada da serra. Sol posto, foice nas costas e Miguel caminhava de volta para casa, desta vez na companhia da amada e do pequeno, dengoso ao se sentir perto do pai e pedindo colo para a viagem de volta.

A noite chegava com nuvens escurecendo o céu e apagando as estrelas. Era hora de cubar o horizonte e conferir os riscos de luz no céu anunciando o ronco do trovão. Haveria inverno, inverno com muita água e fartura de encher cumeeiras.

E ficava ali sentado, os pés descansando dentro de uma bacia cheia d`água, conversando com Deus e pitando seu cigarro.

Ali perto, com o focinho enterrado nas bages de feijão, o cachorro tupi lhe fazia companhia.

 

NIVER DE MARCIO MURILO

Márcio Murilo da Cunha Ramos, o desembargador amigo, comemorou esta semana mais um aniversário. Tenho admiração e respeito por esse “menino de Doutor Miguel Levino”, como costumo chamá-lo. Para os mais novos informo que Doutor Miguel Levino foi juiz e desembargador, um homem de bem de quem fui amigo com muita honra. E ele, doutor Miguel, estaria muito feliz hoje se vivo fosse, pois contaria com uma família estruturada, com filhos vencedores e seguindo os seus passos.

Parabéns, meu amigo. Que outros aniversários se multipliquem.

 

NIVER DE MESSIAS

Messias Pedrosa é amigo de longas datas, desde as priscas eras do Funcionários II, aos encontros de Casais com Cristo na Igreja Anglicana, passando por carnavais de Jacumã, etc e coisa e tal.

Seu aniversário aconteceu, também, esta semana. Para ele, o abraço acochado do amigo/irmão.

 

NIVER DE MARCOS

Esse eu vi menino, do tamanho de um menino pequeno. Hoje é um senhor de 50 anos, mas para mim continua menino. Trata-se do meu cunhado Marcos, que comemorou aniversário neste sábado ao lado de irmãos, cunhados e suas inseparáveis Dora e Júlia, a primeira, esposa dedicada e amorosa, a segunda, a linda filha do casal.

Você pode gostar também

Sem Comentários

Deixar uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.