A ESCOLINHA DA TIA LENINHA

Cícero Lima (jornalista)

Outrora, existiu ao lado da BR que segue para Cabedelo, a “ESCOLINHA
DA TIA LENINHA”, um refinado bordel, dotado de competentes
“professoras” que ensinavam alunos inexperientes ou mesmo
experientes, aprimorarem seus conhecimentos em várias matérias
psicossexuais, dentre elas a linguística.
Certo dia, o velho conhecido radialista Ramalho Silva, de saudosa
memória, juntamente com seu filho Pedro Ramalho que à época estreou
na TV O NORTE, resolveram ir à Praia de Camboinha, almoçar na casa de
parentes.
Naquele dia, salvo engano, dia de Sábado, como o horário ainda era cedo
para o almoço, ao avistar a ESCOLINHA DA TIA LENINHA, o velho Ramalho
disse para seu filho Pedro que por cedo demais para o almoço, “vamos
entrar aí para tomar uma cervejinha”, no que Pedro obedeceu,
estacionou o veículo e adentraram no ambiente “escolar”, pedindo logo
uma cerveja.
De imediato foram bem atendidos e tomaram a primeira cerveja. O velho
Ramalho que não tinha mais o que aprender naquela escola da vida, disse
para seu filho: “Pedro, peça a saideira que vou aqui no banheiro”,
dirigindo-se imediatamente ao local.
Lá chegando, adentrou também, um jovem musculoso e de cara fechada.
Ramalho, como era brincalhão, exclamou: “esse é local onde ao mesmo
tempo vários homens fazem xixi, enquanto as mulheres não fazem o
mesmo”.
“Homens sim, mas um velho safado como você, não”. Surpreendido,
Ramalho perguntou ao homem musculoso se ele o conhecia e que se
tratava de um velho bordão que normalmente era usado. Terminada a
frase, o homem musculoso partiu para agredir o velho radialista que em

legítima defesa sacou de um velho revólver e abateu o seu agressor com
um único tiro, cujo elemento comemorava sua aprovação no curso de
delegado da Polícia Federal.
Ramalho chegou à mesa em que seu filho Pedro já havia pedido a segunda
cerveja e disse: ” vamos embora meu filho, aconteceu o incidente. Pedro,
sem pestanejar, ligou o carro e foram embora naquele momento para
lugar incerto e não sabido. Depois, os dois sentaram-se no banco dos réus
na Comarca de Cabedelo e foram absolvidos, com aa brilhante defesa que
fez o então mestre advogado criminalista Geraldo Beltrão, de quem tive
a honra de nesse processo funcionar na instrução processual como seu
auxiliar, ou melhor, aluno de um mestre com as qualidades que hoje não
se vê no cenário paraibano.
Mesmo assim, a ESCOLINHA DA TIA LENILHA continuou capacitando
alunos, chegando até instituir o grau máximo de pôs graduação, com aulas
aplicadas ao vivo, pois naquela época não existia internet.