A tenebrosa história da corrupção em Cabedelo começa com a eleição do até então medíocre vereador Luceninha para o cargo de prefeito. Figura inexpressiva na política local, Luceninha viu-se de repente transformado na esperança do povo, desiludido e decepcionado com tantos prefeitos ruins.Ganhou a eleição, mas, em vez de governar, renunciou misteriosamente ao cargo e sumiu do mapa, sendo substituído pelo seu então vice Leto Viana, que completou o mandato do renunciante e se reelegeu.
Pois bem,em toda história tem um delator.E o de Cabedelo atende pelo nome de Lucas Santino,ex-presidente da Câmara Municipal.Ameaçado pelo prefeito e pelo seu grupo, que lhe despejaram uma enxurrada de denúncias, Santino foi ao Ministério Público e se ofereceu para fazer uma delação premiada. Jogou merda no ventilador e o resultado foi o que se viu hoje.
Mas antes, voltemos ao antes, ao caso de Luceninha. Segundo depoimento do delator, arquivado no Tribunal de Justiça, Luceninha foi comprado por R$5 milhões, sendo que R$ 500 mil lhe foram entregues em espécie, numa mala levada até ele pelo radialista Fabiano Gomes e pelo então secretário de comunicação da Prefeitura, Olívio Oliveira.Além disso, o ex-prefeito teria direito a R$ 70 mil em cargos na Prefeitura, certamente ocupados por laranjas que lhe repassariam o dinheiro ao fim de cada mês e por um período de 40 meses.
As investigações ainda apontam para o empresário Roberto Santiago, que teria, conforme os investigadores, financiado a compra de Luceninha e comprado os vereadores para votarem contra a construção do Shopping de Intermares.
Na operação de hoje (Xeque-Mate), foram cumpridos 11 mandados de prisão preventivas, 15 sequestros de imóveis e 36 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba. Além dos mandados, a justiça decretou o afastamento cautelar do cargo de 85 servidores públicos, entre eles o prefeito e o vice-prefeito de Cabedelo, além do Presidente da Câmara Municipal.
FABIANO
O radialista Fabiano Gomes, citado pela operação como sendo o transportador da mala com o dinheiro que comprou Luceninha, divulgou a seguinte nota de esclarecimento:
Nota de esclarecimento*
Venho publicamente expressar minha surpresa quanto aos fatos relatados envolvendo meu nome por um delator nas investigações da Operação Xeque-Mate, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que prendeu os principais agentes públicos eleitos pela população de Cabedelo.
É de se refletir sobre esta delação, que foi importante para o avanço das investigações. Mas pode ser considerada uma verdade absoluta em cada palavra dita? Qualquer delator tem seus interesses. Uns bons e outros ruins. O tal delator é o ex-presidente da Câmara de Cabedelo, Lucas Santino, a quem desafio a mostrar alguma prova que me comprometa neste e em qualquer caso.
Expresso também a minha indignação com a forma que alguns estão lidando com tal citação. Em meus quase 20 anos de carreira, nunca, absolutamente nunca estive e pretendo nunca estar envolvido em qualquer prática de corrupção ou crime contra o patrimônio público.
Durante a campanha de 2012, trabalhei, juntamente com a agência de publicidade Sin Comunicação, do jornalista e empresário Rui Dantas, conhecido por todos como um dos profissionais mais honestos e probos deste Estado, no marketing eleitoral dos candidatos a prefeito de Cabedelo, Luceninha, e do então vice, Leto Viana. Trabalho honesto, que qualquer candidato, em qualquer disputa eleitoral, contrata para melhorar sua imagem durante campanhas.
Tenho muitos defeitos. Os processos que respondo na Justiça são todos relacionados a crimes de imprensa, por minha atuação destemida no Jornalismo paraibano. Mas roubar, corromper dinheiro do povo, este precisamente não tenho. Toda a minha contabilidade e de minhas empresas são limpas e devidamente declaradas. Portanto, não tive, tanto com Luceninha, quanto com Leto Viana, nenhuma relação pessoal ou fora dos serviços de marketing prestados àquela campanha.
Lamento que alguns estejam usando meu nome para sensacionalizar o caso. Os criminosos, estes sim, já foram presos ou conduzidos coercitivamente. Enquanto a mim, não fui alvo de nenhuma ação da Polícia Federal, muito menos nas minhas empresas. No momento da Operação Xeque-Mate, estive, assim como todos os dias, apresentando o programa Tribuna Livre, na TV Arapuan, inclusive narrando em tempo real toda a ação policial neste caso.
Acredito na Justiça e estou à disposição dela e de quem quer que seja para qualquer esclarecimento, inclusive, abrir todo o meu sigilo bancário e telefônico para as autoridades policiais, a fim de colaborar sempre com a promoção da verdade e no trabalho judicial e investigatório.
Fabiano Gomes
8 Comentários
Tião a casa que Luceninha tem, ou é na praia de Lucena ou Fagundes, ele trabalhando cem anos com o salário de vereador de Cabedelo ainda assim não dava pra ele comprar.
Tá explicado porque a prefeitura não resolvia o problema de Intermares. Com os 30 milhões que esses bandidos roubaram da pra calçar aquelas ruas com paralelepípedos de ouro.
O que me causa muito espanto nesse meio político é que todas as delações feitas contra alguém ligado ao PT sempre são verdadeiras, enquanto outras são puras peças de ficção.
num é, jusé? que nem aquele áudio do aécio dizendo que tem de manda madar. que nem os helicocas. que nem as malas de geddel. que nem o áudio de jucá/machado. que nem os áudios de temer. que nem as contas na suíça do cunha e mulher. um monte de ficção. pmdb e pmdb, altamente HONESTOS, né?
Não é previlegio só de Brasília, aqui na Paraíba estão dizendo que também tem um homem da mala
E nós aqui na praça dando milho aos pombos, chutando latas, vendo a banda passar. Um país que tem três poderes da república como esse que nós temos, não precisa ter inimigos, agora, vale salientar que não são todos que fazem parte desses poderes, mas grande parte dos que aí se encontram encastelados no poder, merecem estar enjaulados, vendo o sol quadrado e devolver o que foi afanado do povo. Tenho dito Fuiiiii!!!
Tão assando o galo.
lucinano gomes vai apresentar seu programa policial da cadeia! isso que se chama jornalismo participativo!