No distante reino das Macaxeiras o primeiro rei Chiquim de Júlia não cabia em si de alegria. Ia, finalmente, inaugurar a grande obra do seu reinado, a menina dos olhos da sua administração, a cocada de leite do povo, em suma, a partir de agora ninguém precisaria mais atravessar o Riacho da Velha a nado, porque uma ponte acabara de ser colocada no meio do rio para facilitar o tráfego entre as Macacheiras e os Inhames.
Uma festa de arromba foi anunciada para marcar de forma indelével o grande dia. O conjunto Os Rebeldes de Zé de Minininha, o mais famoso do reino, fora apalavrado. Comida ia dar no meio da canela. E bebida, então, nem se fala. Basta dizer que, por ordem superior, os dois engenhos – de Vicente Pedro e de Antônio Luzia – foram proibidos de produzir mé de engenho, alfenim e rapadura para se dedicar única e exclusivamente ao fabrico de cachaça.
Mandaram chamar gente de fora. Até de Mataraca. De Mataraca, da China, de Dubai, de Bayeux, de Lucena, de Santa Rita e de Cabedelo também. Sem esquecer o Padre Egídio, encarregado de presidir a cerimônia religiosa.
E finalmente aconteceu. Bandeiras foram desfraldadas, foguetões pipocaram no céu azul , uns 15 balões subiram aos ares pelas mãos do eficiente Tozinho, madames devidamente paramentadas dividiram pela primeira vez o espaço público com as quengas de Estrela.
E a ponte finalmente foi entregue. Uma verdadeira beleza, um monumento para a posteridade, o retrato da eficiente administração do rei Chiquim de Júlia, a obra mais arretada de todas as arretadas obras já construídas naquelas redondezas.
Ei-la:
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