Por Rômulo Montenegro
Definitivamente o Brasil se consolida como puxador e monopolizador da energia limpa e renovável, pois, é o maior produtor das principais matérias primas para sua produção: a cana de açúcar e o milho!
E a Região Nordeste se encaixa como uma luva neste contexto, a partir da matéria prima da cana de açucar, majoritariamente, nos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba, posto nesta ordem de colocação, sendo o etanol e o açúcar os seus principais produtos;
Mas, é sabido que além do etanol e do açúcar produzido pelas usinas nordestinas, também se produz a energia elétrica para abastecer os lares nordestinos a partir do sub produto da agroindústria sucroenergetico, o bagaço da cana;
E agora, a agroindústria da cana de açúcar entra de cabeça na produção de biometano a partir do subproduto vinhaça, atualmente, já utilizado como fertilizante biológico para produção de cana de açúcar!
A vinhaça é composta por 80% de metano e é um substituto do gás natural veicular e industrial hoje, majoritariamente, fóssil e e produzido a custos altíssimo em águas profundas;
A agroindústria da cana de açúcar nordestina é em sua esmagadora maioria produtora de açúcar, etanol e energia elétrica, e agora, definitivamente, se incorpora na produção de biometano potencial substituto do gás natural fóssil, com uma pegada de sustentabilidade fortíssima pelo caráter ambiental e ecológico!
Aliás, o biometano pode ser utilizado tanto em veículos de passeios como em veículos pesados, bem como, na indústria, ou seja, com a chegada dessa tecnologia para agroindústria da cana de açúcar abri-se uma enorme porta para produção de um combustível altamente viável do ponto de vista econômico e de sustentabilidade;
E o melhor, a rede de distribuição desse combustível é muitíssimo mais competitiva do que os demais combustíveis, pois, é muito grande a sua malha distributiva!
A Paraíba, por exemplo, tem uma malha de distribuição atual de gás natural que se expande por 350 km para abastecer postos de combustíveis e a indústria, sendo a sua maioria nas maiores cidades, com predominância em João Pessoa e Campina Grande;
Então, induvidosamente, seremos um forte concorrente do gás natural fóssil, e na Paraíba, graças a empresa de distribuição de gás natural – PBgas – temos uma malha de distribuição entre as mais amplas do Nordeste;
Cabe ao Governo do Estado e ao Governador João Azevedo estartar um programa estadual de produção de combustível renovável e sustentável para viabilizar a produção e distribuição do biometano para 60% do público consumidor estadual;
A cada ano a agroindústria da cana de açúcar ganha novos ares e se tornar, iniludivelmente, a mais competitiva;
E no Nordeste, a agroindústria da cana de açúcar não tem concorrentes para a rápida implantação das práticas ESG na prática, nos fundamentos e nos seus princípios, isso porque além de ser uma forte empregadora em toda a cadeia, da porteira para dentro e da porteira para fora, ainda contribui fortemente para arrecadação além de ser sustentável no aspecto ambiental!
Para se ter uma ideia da importância da cana de açúcar para a economia do Estado da Paraíba basta passar em revista alguns aspectos socioeconômicos: a maior empregadora formal, incluindo a produção de cana e o seu beneficiamento, a maior agregadora de valor a produção agrícola por conseguir viabilizar com uma única matéria prima vários produtos, o maior contribuidor para a infraestrutura, pois, estima-se centenas de quilômetros de estradas assistidas e conservadas pelo produtor de cana, além óbvio, de ser na sua essência mantenedora de um comércio e de um serviço de grande dimensão;
Consideremos somente um aspecto, o tamanho frota de transporte dos trabalhadores que é bancada,exclusivamente, pela atividade canavieira, sendo maior do que a frota de transporte de João Pessoa e Campina Grande juntas!
Esses aspectos devem ser considerados pelo estado na priorização de políticas públicas, porquanto, são ações realizadas pelo setor privado as quais foram retiradas das costas do próprio estado e que se viabilizam sem qualquer subvenção ou subsídio!
Afirmo sem medo de errar, nenhum outro segmento da economia paraibana banca o transporte dos seus colaboradores e suas estradas de produção como o setor agropecuário, e aí, fortemente, o sucroenergético!
O Governo do Rio Grande do Norte partiu na frente e viabilizou uma política publica de incentivo a produção de biometano, e o estado começa a instalar a sua primeira unidade de produção do biometano, na divisa com a Paraíba, na unidade da Usinas Estivas, nos arredores de Goianinha!
Agora é esperar a urgente providência do Governo Estadual da Paraíba para a criação de uma Programa Estadual de Produção de Energia e Combustível sustentável e renovável que passa pelo Etanol, Energia Elétrica e Biometano, pois, para este último temos um enorme diferencial, qual seja, a malha distributiva muitíssimo eficiente e barata realizada pela PBgás, sem precedente entre os estados vizinhos da Paraíba!
Aguardemos!
1 Comentário
Excelente matéria caro Rômulo. O problema é que esse governo de João, mesmo a uma distância de 2 ANOS E 08 MESES de dezembro de 2026, JÁ ESTÁ EM SEU FINAL, por isso, vamos ter que aguardar o próximo governante na esperança de dias melhores para o estado da Paraíba. Enquanto isso, vamos caminhando a passos de tartaruga!