Por RÔMULO MONTENEGRO
Em artigo recente apresentei os entrepostos das CEASAS considerando a sua importância para a formulação de políticas públicas voltadas para o setor agropecuário, bem como, a sua essencialidade para logística de distribuição e acesso a mercado dos produtos do campo;
Ali demonstramos o quão valiosos são os dados, as informações e as estatísticas de tudo que circula nestes centros de comercialização, para que se possa aquilatar o que se produz, onde e qual mercado é atendido, e com isso estabelecer programas e ações de fortalecimento de determinadas culturas agropecuárias;
Enfocamos como foram fundamentais as providencias adotadas desde 2015 até 2018 no sentido de fortalecer as ações da defesa agropecuário, mormente, no controle sanitário e fitossanitário dos produtos que por ali circulam de sorte a garantir a incolumidade destes produtos antes do seu consumo pelas pessoas, assim como, as ações diretamente realizadas pela Ceasa no sentido de monitorar o uso de agroquímicos nos hortifrutigranjeiros;
Por fim, naquele artigo fizemos ver o quão valiosos são o registros oficiais realizados pelas Ceasas e devidamente sistematizados assegurando oportunidade para que se possa adotar politicas de incentivos fiscais para garantir o fortalecimento da agropecuária paraibana; Claro, a agropecuária estadual necessidade de uma proteção que possa lhe conferir oportunidade de concorrer no mundo globalizado e a principal ferramenta para isso é programas de incentivos, isentando ou reduzindo tributos;
Neste artigo priorizamos enfocar a importância financeira dos entrepostos das Ceasas para a economia estadual, principalmente, para o agro paraibano; Os três entrepostos da Ceasas, Campina Grande, João Pessoa e Patos movimentam parcela significativa do PIB paraibano através das circulação de produtos agropecuários;
O Agro envolve diferentes setores da economia por tratar-se de uma atividade complexa que atua da porteira para dentro e da porteira para fora; A atuação do agro vai além da produção agropecuária, se expande pelo setor agroindustrial e de serviços;
As Ceasas constituem um braço importante do agro no serviço de comercialização em atacado, na sua distribuição para os mercados e supermercados e venda direta ao consumidor final;
Na Paraíba movimenta-se economicamente pelas Ceasas de Campina Grande, João Pessoa e Patos em torno de R$.30.000.000,00 mensais, e mais de R$. 350.000.000,00 anuais, de produtos agropecuários, considerando a sua característica de atacado, pode-se assegurar o desdobramento dessa comercialização no mínimo 3 vezes em cascata;
Para denotar o que significa essa movimentação financeira é suficiente comparar com o maior evento estadual que é a exposição agropecuária de João Pessoa, pois, os releses do governo estadual apontam que neste ano andante, movimentou-se algo em torno de R$.25.000.000,00; E esse evento, somente ocorre uma vez ao ano, ou seja, o que se movimenta ao longo de 12 meses, importa na movimentação de apenas um mês das Ceasas paraibanas;
Inegável a relevância das Ceasas para economia paraibana neste aspecto de circulação de divisas, mas, também na ocupação de mão obra utilizada naquele serviço; Os dados existentes entre 2015 a 2018, apontam para um o ocupação com vínculo empregatício de 1.500 pessoas nas três unidades, e uma circulação diária de mais de 5.000 pessoas nas dependências destas unidades;
Restaurantes, lanchonetes, prestadores de serviços, transportadores, atendimento bancário e outros, constituem a plêiade de atividades que giram em torno das Ceasas;
Portanto, é preciso que as entidades representativas do setor agropecuário estadual se mobilizem e acionem o governo estadual no sentido de garantir o funcionamento destes entrepostos, bem como, a sua gestão por uma entidade independente e sem as amarras burocráticas que lhe retirem eficiência, a ponto de não lhe socorrer condições de competir com os atacadões e outros hipermercados cuja movimentação financeira ocorrer a milhares de quilômetros do nosso estado.
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