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A indústria do “pode ser”

23 de julho de 2024

Inventaram uma nova forma de dar notícias: a suposição. Agora o comunicador informa o fato que “teria” ocorrido e não o que ocorreu. E se o assunto for, por exemplo, uma agressão, ela, a agressão, teria acontecido e o agressor não é tratado como agressor e sim como “suposto agressor”.

No meio do tiroteio fica o leitor, que não sabe se acredita na notícia ou se a trata como uma suposta notícia que seria verdadeira,mas pode não ser.

Eu aprendi no manual das antigas que nos mandava apurar os fatos e narrá-los fielmente ao leitor, sem suposições ou insinuações.

Mas, como disse, o manual que me ensinou é antigo, deve estar desatualizado ou mesmo fora de uso.

Talvez isso explique a fuga de tantos bons comunicadores, que penduraram o lápis, aposentaram a oliveti e foram pescar, para dar vez aos modernosos inventores do pode ser.

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1 Comentário

  • Reply Airton Calado- Campina Grande 23 de julho de 2024 at 10:42

    Mas, com Ricardo Coutinho, não é assim, eles dão a notícia como verdadeira, julgam e condena.

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