A luta de João Batista Simões pela vida e a ingratidão desse povo ingrato

Custa acreditar que doutor João Batista Simões luta pela vida numa UTI de hospital. Eu aprendi a vê-lo do outro lado, cuidando da saúde dos outros, jamais no lugar dos seus pacientes, deitado numa cama de UTI.

Soube hoje por Ivo Sérgio Borges.

Em postagem nas redes sociais, Ivo informa que João Batista sofreu um infarto, está na UTI, mas já apresenta melhoras.

Menos ruim.

Há, porém, a notícia que me desagradou.

Segundo Ivo, ninguém da atual diretoria do Hospital Napoleão Laureano, que foi dirigido por João Batista durante 30, se dignou a lhe fazer, ao menos, uma visita.

Ivo considera isso uma desatenção imperdoável.

Leia o que ele postou:

“Recebo agora uma boa notícia. O Dr. João Batista Simões que encontra-se interno na UTI do Hospital N.Senhora da Neves, com sérios problemas cardíacos, apresentou sensível evolução para melhor do seu quadro clínico.

Dr. João Simões dedicou toda sua vida ao Hospital Napoleão Laureano, 50 anos de serviços prestados ao Hospital, dos quais 34 anos como seu Diretor Geral. Por incrível que possa parecer a família do Dr. João Simões até agora não recebeu um só gesto de solidariedade de Diretores da Fundação Laureano e do Hospital Napoleão Laureano o que demonstra superlativa ingratidão e a  mais absoluta ausência de sentimento de solidariedade humana.

Para mim este  comportamento não é inusitado, pois o mesmo ocorreu comigo quando era Diretor Geral do Hospital. Infelizmente a Fundação Laureano  é dirigida hoje por pessoas insensíveis e rancorosas. Não percebem, todavia, que a vida é um moinho, e os ventos futuros podem mudar o sentido do giro das rodas que movem o moinho.

O Hospital Napoleão Laureano é o que hoje graças ao Dr João Simões, que foi demitido sem justa causa recentemente por ordem expressa do Presidente da Fundação Laureano, este que foi, seguramente, o responsável pelo agravamento do seu estado de saúde.”

Eu sou suspeito para falar sobre João Batista Simões.

Ao longo dos últimos 30 anos precisei inúmeras vezes dos préstimos do hospital e sempre fui muito bem atendido.

Doutor João Batista sempre me recebeu com abraço afetuoso nas vezes que lhe procurei.

Foi assim quando pedi socorro para meu sobrinho Robertinho, morto aos oito anos por uma leucemia.

Também o foi quando o procurei para socorrer minha tia Jovelina, morta pelo câncer, mas decentemente tratada no Laureano.

E igualmente precisei do Laureano para socorrer meu irmão mais velho, José, que o câncer matou, mas que sofreu menos do que teria sofrido noutras circunstâncias.

Por isso, minha solidariedade a Ivo e a João Batista.

E meu repúdio a essa grosseria praticada por quem deveria ter amor ao próximo, mas que, parece, não reza pela cartilha da solidariedade.