Por: Aldo Ribeiro – economista e progressista.
A mídia e mediocracia. Percebam como esses personagens tem andado lado a lado mais do que nunca nesses últimos anos. Vimos essa dobradinha demonizando um partido, derrubando uma presidenta eleita democraticamente, e prendendo um ex-presidente preso sem provas. Foi essa trágica sucessão de acontecimentos, que nos “presenteou” com Bolsonaro. Digo sem medo de errar: o pior e mais despreparado PR que nesse país já brotou.
Dito isso, precisamos transplantar esse mesmo cenário pra Paraíba, mais especificamente João Pessoa. Atentem para o que está sendo empurrado goela abaixo pelas grandes oligarquias econômica e política desse estado. Ah, e se alguém estiver retrucando, ou dizendo que aqui não acontece o mesmo que aconteceu no âmbito nacional, talvez ainda não tenha tido acesso a integralidade dos diálogos do tal empresário com o ex-governador Ricardo Coutinho.
Meses atrás, éramos atropelados por uma avalanche de espetacularização e estrondo com os famosos áudios do tal diálogo. Nilvan, que já falava como virtual candidato, de posse do microfone de um dos maiores sistemas de comunicação do estado, massacrava sem dó seu futuro adversário. Aliás, Nilvan constrangia sem cerimônias alguns de seus convidados. Seletivamente. Alguém lembra do episódio com a deputada Estela Bezerra? O que foi aquilo? Mal sabíamos que o mesmo já se valia da sua audiência pra fazer campanha. Simples assim.
Mas voltando aos áudios, eis que na última semana a Carta Capital, revista respeitada nacionalmente e há décadas inserida no jornalismo político com lado, sim, mas sempre pautado na ética e no bom jornalismo, divulga alguns dos diálogos mais polêmicos explorados pela imprensa do estado, assim como a imprensa nacional. Não se esqueçam da reportagem do Fantástico, entre outros. E o que se viu nos diálogos, foram o contrário do que foi amplamente divulgado. Não tem negociação de propina, negociação de porcentagem, e nem tampouco de ingressos para o Rock in Rio. O que lemos, estupefatos, face o carnaval midiático feito à época, são diálogos absolutamente normais, tirados do contexto. Talvez seja por isso que até hoje a denúncia não tenha sido aceita. Pois, no frigir dos ovos, não há nada que sinalize algum indício de crime ou intenção de crime. O 13º se referia ao pagamento do 13º dos servidores, os 10% referia-se à negociação na aquisição de materiais do Hospital Metropolitano, e o ingresso do Rock in Rio, o ex-governador nem foi e nem podia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Salta os olhos a descontextualização dos diálogos. A nota do GAECO, em nenhum momento rebate o teor dos diálogos divulgados pela Carta Capital.
Pior do que isso, é o silêncio constrangedor daqueles que meses atrás atiravam pedras sem piedade. Procurei no G1, Bom dia PB, JPB 2ª edição, e todos os outros programas que eu na medida do possível podia ler ou escutar, e nada. Nenhum comentário. Esperei a “pauta do dia” do programa do meio dia da Arapuã, ou o “Pelo sim, pelo não” do Gutemberg Cardoso, e nenhuma frase a respeito. MaisPB, WSCom, aquelas figuras carimbadas com blogs financiados com dinheiro público, e nada. Nadinha. Um jornalismo de ocasião e seletivo ao seu bel prazer. Percebem a estranha conveniência e inércia jornalística dos grandes meios de comunicação, e seus formadores de opinião acerca dos novos desdobramentos da Operação Calvário?
Caros, estão querendo nos empurrar goela abaixo em nome sabe-se lá de quê, vejam só a tragédia anunciada: um Cícero Lucena, inoperante nos seus dois mandatos de prefeito. Usa a retórica surrada de que vai cuidar das pessoas. Mas ele cuidou de fato nos seus mandatos anteriores? Devemos acreditar que quem não fez antes, vai fazer agora?
Um paladino da moral, mas cheio de segredos, que até um dia desses cuspia ódio em programas de rádio, alinhado a Bolsonaro, e que agora se veste de “jacarezinho paz e amor”. Candidato do partido que melhor representa o retrocesso. Qual a chance de isso de dar certo?
E por fim, aquele que se apresenta como a própria encarnação do Bolsonaro e do bolsonarismo aqui na PB. Isso por si só já basta. Vale a mesma pergunta: qual a chance de isso dar certo?
Reflitam.
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