Eu havia preparado a roupa, engraxado os sapatos e ajeitado a cabeleira. Ia à posse de Nominando, sim senhor! Um companheiro de velhas datas, um conterrâneo ilustre, um amigo de infância ia assumir a Presidência do Tribunal de Contas e eu não poderia faltar, principalmente depois da intimação que recebi do próprio no nosso último encontro.
Mas existem os acidentes de percurso. E o meu foi o de, na hora da posse de Totonho, ter que dar entrada numa clínica para fazer colonoscopia, aquele exame que a gente faz para saber como se encontra o tal do abdome e que, para ser feito, submete o paciente ao mais torturante dos preparativos.
Foi então que apareceu Frutuoso com a missão de me transmitir o recado de Totonho: Eu deveria saudar os meus colegas de imprensa em seu nome. Isso mesmo, na hora do discurso o novo presidente saudou a todos em meu nome e, como eu lá não estava, Frutuoso fez-se portador de tão importante missão.
Vou fazer. Por ele e por Frutuoso, o mestre da minha geração, o homem que me ensinou o pouco que sei no jornalismo.
E enquanto não cumpro as missão, compartilho com vocês o recado escrito e enviado por meu estimado mestre:
“Caro Tião.
És portador de uma missão importante: repassar os cumprimentos à Imprensa paraibana daquele que há pouco assumiu, pela segunda vez, a Presidência do Tribunal de Contas da Paraíba. Foi a ti que o conselheiro Nominando Diniz delegou essa tarefa. Finda a cerimônia, ele me disse que assim o fez em razão da tua militância de décadas no Jornalismo, mas, principalmente, em gratidão pela defesa que dele fizeste em três ou mais artigos, quando muitos se calavam.
Aliás, o trecho mais aplaudido do discurso de posse foi o da referência àqueles seus momentos de atribulação e à vontade divina que no campo da Justiça – também, ali – dele reafirmou a lisura e a dignidade.
O segundo maior aplauso deu-se ao fim do pronunciamento quando se disse “um homem acima das querelas e dos problemas”. É que ajudavam a superlotar o Auditório integrantes da família princesense politicamente dividida há duas, ou três gerações. Finda a solenidade, todos esperaram o momento do carinho e do abraço.
Era o que eu tinha para te contar. Ele, Nominando, te procurou no Auditório, que então acomodava seu maior público, com as mãos em concha sobre a testa, em busca da tua presença. E, mesmo não a tendo, encaminhou, em teu nome, a saudação à Imprensa paraibana. Claro que fiquei orgulhoso. Quem beija um filho meu minha boca adoça.
Abraços, Frutuoso.
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