Havia uma moça debruçada na janela de uma casa antiga. Era uma moça branca e gorda, os seus cabelos desciam pelos ombros. E era feia.
Diziam que enfraqueceu do juízo, que ficara assim depois de uma desilusão.
Nunca falei com ela.
Passava pela sua calçada e a via debruçada, olhando a rua com olhar distante.
A casa era a última da rua que ainda servia de morada.
Todas as demais foram transformadas em lojas e farmácias.
Era uma casa de dois pavimentos. A moça ficava na janela do chão, bem perto da rua.
Até que um dia ela sumiu. A janela foi fechada. A casa também fechou as portas. Mais tarde deixou de ser casa, virou loja de sapatos.
E a moça misteriosa nunca mais foi vista.
4 Comentários
Que conversa mais sem futuro. Aí dento !!
Moral da estória…
Detalhe, esse fato aconteceu em Princesa!!!
Sei dessa moça, no ponto cem réis. Vizinho a uma padaria, usava tranças e gostava de batom.