Por RÔMULO MONTENEGRO
A Paraíba tem um enorme potencial para o desenvolvimento agropecuário e tem disponível recente estudo sobre solo e clima para as culturas de grãos, frutas, cana de açúcar e forragem para pecuária!
Esse estudo foi contratado em 2016 e concluído em 2019, tendo sido entregue pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ao Governo do Estado da Paraíba!
A área levantada e estudada abrange 33 municípios de influência do Canal das Vertentes Litorâneas, compreendendo as várzeas da Paraíba, a região litorânea e o brejo paraibano num perímetro de 5.142 km2!
Esses municípios têm uma forte influência na economia do estado da Paraíba, considerando a sua produção agropecuária, todavia, não há uma organização das atividades do agro lá existentes, a ponto de se conseguir ganho de escala e poder de concorrência no mercado!
É muito forte a presença da fruticultura, mormente, o abacaxi e o mamão, assim como, da cana de açúcar que se estende desde o brejo até a zona litorânea do estado, além da pecuária leiteira e de corte nas várzeas do Rio Paraíba entre Mogeiro e São Miguel do Taipu!
O primeiro grande passo para o desenvolvimento da Agropecuária Paraibana foi dado com esse estudo, porque além de direcionar tecnicamente a produção através do levantamento do tipo de solo e a adequada cultura, também foi realizado um levantamento pluviométrico ao longo de décadas, donde concluiu-se as culturas que possam garantir estabilidade para anos bons, médios e ruins de chuvas!
Este estudo tornou-se uma ferramenta extremamente necessária para o desenvolvimento da atividade agropecuária deste estado, porém, precisam ser conjugadas algumas iniciativas para que se possa avançar nesta direção!
Ainda dentro desta política desenvolvimento agropecuário, é compulsório o fortalecimento da agroindústria paraibana, como forma de assegurar a ligação entre os elos da cadeia, porque com exceção do setor sucroenergetico, as demais culturas não tem uma agroindústria capilarizada a ponto de viabilizar a atividade do produtor rural!
O exemplo vestibular dessa dissonância entre o campo e a indústria é a cultura do abacaxi, onde não se ver agregação de valor a produção de abacaxi, porque não existe indústria de sucos, polpas e demais produtos que absorvam os frutos produzidos;
Essa mesma situação sucede com a pecuária de leite e corte, porque inexiste uma política de fortalecimento desse setor com o propósito de assegurar isonomia com os produtos que ingressam na Paraíba e são produzidos em outros estados; Esse questão fica latente, por exemplo, com a concorrência entre a carne “quente” e a carne “fria” que ingressa no nosso estado, através de tratamento tributário que confere benefícios fiscais as distribuidoras em detrimento da indústria e da produção local!
Reputo muito importante uma política que fortaleça o associativismo e o cooperativismo, porque é notório que os estados nordestinos sofrem com a falta de escala da sua produção, bem como, do acesso a tecnologia, que podem ser asseguradas através da produção coletiva.
É fantástico aquilo que o cooperativismo realizou nos estados da Região Sul, tornando-os verdadeiras potências do Agro a ponto do PIB do Paraná superar o do Uruguai, Paraguai e Argentina juntos!
O Brasil assumiu a presidência da Aliança Global contra a fome daqueles países que formam o G 20, e isso tem uma simbologia enorme para o agronegócio brasileiro, porque constituirá um desafio para ajustar alguns valores de caráter social do Agro, mormente, para incluir as regiões norte e nordeste neste crescimento do Agro Brasileiro, particularmente, para diminuir o índice alarmante de pobreza nesta parte do Brasil;
Fica evidente que as cidades brasileiras com maior inclusão social e melhor desempenho econômico tem relação com o agronegócio;
O desafio está posto e todos deveremos nos importar com a nossa contribuição para que elevemos o status social e econômico da nossa querida Paraíba!
8 Comentários
Caro Rômulo, esta sua percepção nos leva a acreditar o que se vislumbra e acontece nos maiores centros de produção de proteina e grãos no mundo, onde estiverem terras planas, férteis e iirigaveis se prestarão para esta finalidade, a produção, e a Paraiba tem sim, suas peculiaridades que se enquadram perfeitamente dentro desta proposta que vão além da produção de frutas, carne, produção de leite caprino( onde se destaca por ser o estado maior produtor de leite de cabra do Brasil) e obviamente a grande matriz sucroenergética.
Parabéns por está sempre atento e contribuindo com suas ações e conteúdos.
Pedro Marthins
Presidente da Abcc( ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE CAPRINOS)
Parabéns Rômulo! Precisamos investir em agroindústrias fomentando a criação de empregos e mais desenvolvimento local. O Cooperativismo se encaixa muito bem neste segmento. #somoscoop
falta so distribuir as terras
Excelente matéria. Parabéns Rômulo! Precisamos investir muito mais porque o agro é a saída para geração de emprego e renda nesse país. Nós temos o melhor clima e precisamos apenas que os governos façam sua parte.
Mais um excelente artigo, que mostra o conhecimento e lucidez do Dr Rômulo Montenegro. Nos apresenta um “retrato” do nosso setor agropecuário, do que foi realizado e do que precisa ser feito, comparando com lugares onde o agro e o cooperativismo fizeram a diferença e a verdadeira distribuí de renda, através da inclusão socioprodutiva gerando trabalho, emprego e renda.
Parabéns pelo artigo. Precisamos incentivar o agro em nosso estado, onde o agronegócio é forte, todos os setores da economia andam bem. Conte com o setor de cana de açúcar para o que precisar. Abraço
Muito importante essa sua visão sobre Agropecuária Paraibana…se faz necessária vozes com a sua para que possamos desenvolver cada vez mais o nosso Estado.
Parabéns pela clareza das ideias e continue lutando pelo desenvolvimento da Paraíba.
Excelente texto, acho que esse é o caminho, porque juntos sempre seremos mais fortes! O grande problema aqui é levar essa mentalidade ao produtor que tem que aprender e comungar desse raciocínio, porque ganha com poder de compra de insumos, de compra de vacina, de venda também, já que terá para onde escoar e também podemos, juntos, lutar pela valorização dos preços e essa desigualdade dada a produtos de fora!