Por GILBERTO CARNEIRO
CONHECEM os estudos do professor e físico britânico Peter Higgs? O cientista morreu essa semana aos 94 anos. Higgs ganhou o Prêmio Nobel de Física em 2013 pela descoberta do bóson de Higgs, uma partícula cuja existência havia previsto em 1964, quase 50 anos antes.
O bóson de Higgs ganhou o apelido nada discreto de “partícula de Deus”, pois ajudou os cientistas a chegarem mais perto de entender como foi a formação do universo e de todas as coisas que conhecemos, até porque a humanidade busca entender do que é feita a matéria há muito tempo. Civilizações antigas já teorizavam sobre o que forma nossos corpos, os objetos que usamos e a natureza ao nosso redor.
A teoria proposta por Higgs expõe que, quando o universo nasceu estava preenchido com o campo de Higgs – um tipo de campo invisível responsável por permear tudo que existe – contudo se encontrava em um estado instável, porém simétrico. Uma fração de segundo depois do Big Bang, o campo de Higgs encontrou uma configuração estável, mas quebrou a simetria inicial e conferiu massa para algumas partículas fundamentais, inclusive aquelas que formam nossos átomos e os átomos de tudo o que conhecemos, desde os planetas até um grão de areia.
A descoberta foi considerada tão importante pela comunidade científica para permitir um entendimento maior da criação do universo e da origem das coisas que o apelido parece apropriado, mesmo que tenha sido criado quase por acaso, pela sugestão do editor de um livro que falava do assunto.
Você e tudo ao seu redor são feitos de partículas. Mas quando o universo começou, nenhuma partícula tinha massa; todas elas aceleravam na velocidade da luz. Estrelas, planetas e vida só puderam surgir porque as partículas ganharam massa a partir de um campo fundamental associado ao bóson de Higgs, o famoso campo invisível.
Por consequência, o questionamento sob o ponto de vista teológico surge de forma inevitável: como foi criado e de onde vem este campo invisível que permeia tudo que existe em termos de matéria?
E você, acredita na existência de Deus? Saindo do campo da física para a filosofia, uma vez perguntei a um amigo, pastor Jonas, um pastor genuíno, qual a diferença entre as pessoas que creem e não creem? E a resposta foi simples: – “é uma diferença tênue, contudo os que creem sentem a presença de Deus em pequenas coisas, quando beijam a sua amada; agasalham sua filhinha; acariciam seu cachorro; ajudam os mais humildes; quando se solidarizam verdadeiramente com os amigos; quando acalentam os enfermos; observa as montanhas, bosques e florestas e quando sentem, através de um mergulho, o contato da água fresca nos rios, lagos e mares, simplesmente porque acreditam que a origem de tudo está em Deus.
Tempos depois dessa conversa aconteceu um fato inusitado. Havia recebido uma notícia ruim e, no dia seguinte a esta desesperança, chegou uma mensagem deste pastor amigo, com o seguinte teor: – amigo, como você está? lhe respondi com estas palavras: – “caminhando, com dificuldades pastor, mas segurando firme no CAJADO”. Tão logo viu a mensagem, me ligou. – “amigo, é incrível, esta noite tive um sonho. Sonhei que você caminhava sobre um rio congelado, e embora houvesse possibilidade da camada de gelo ceder, andava a passos decididos apoiando-se sobre um CAJADO, e abaixo havia duas serpentes enroladas que tentavam lhe picar, porém na ânsia de lhe fazer o mal as serpentes acabavam picando umas às outras e ambas morriam”.
Na medida que ouvia o relato uma emoção muito forte se apoderou de mim. Lembrei que pouco antes de me revelar o sonho, ao perguntar como eu estava, o respondi dizendo que caminhava com dificuldade, mas apoiando firme no CAJADO. Nesse dia tinha levado minha filha caçula de 13 anos ao dentista, Dr. Lucas. Ambos ouviram toda a conversação e ficaram impressionados. Saindo do consultório minha filha pegou no meu braço, me fez olhar nos seus olhos e disse. – “papai, isso é um sinal de Deus”.
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