Por: Aldo Ribeiro – Economista e progressista. Um sonhador.
A arte de trair me parece algo corriqueiro, banalizado e normal dentro do jogo da política. É verdade, existem traições e traições. Quando o ajuntamento ocorre por conveniências eleitorais, coligações contraditórias ou coisa do tipo, a traição quase sempre é certa. Mas existe um outro tipo de traição. Aquela em que o traído é apunhalado pelas costas por quem jamais esperava. Aquela em que os traidores construíram juntos com o traído, uma história de luta e de vitórias. Em que muitos desses traidores foram alçados ao mainstream da política pelo traído, quando na sua maioria eram ilustres desconhecidos. Essa traição a política abomina. E o povo só observa. Em tempos de desgoverno, notícias falsas e embates do pós-verdade, existe uma parte do povo lúcido. Formadores de opinião, ainda que com alcance micro fragmentado. Mas que juntos se fortalecem. Que mesmo na base, no meio da multidão, conseguem enxergar e compreender o que acontece à sua volta. Não se enganem.
Nunca consegui lidar com traições, sobretudo traições de ideias, de valores. Talvez por isso mesmo nunca me atrevi a entrar efetivamente na política partidária, embora tenha vontade.
Há um tempo atrás, eu participava de um projeto, o qual inclusive me deu a oportunidade de ter contato com alguns políticos e gestores públicos, entre eles o atual governador João Azevedo, quando o mesmo ainda era secretário.
Num dado momento do tal projeto, os dois membros que naquele momento comandavam as ações, tentaram me convencer sobre a retirada através de voto casado e totalmente sacana, de duas pessoas que caminhavam conosco desde início. Pessoas de bem, trabalhadoras e de conduta ilibada. Só por ganância.
Eu saí dessa reunião com ânsia de vômito. Na mesma noite liguei pra um dos prejudicados. Expliquei o que estavam tramando contra eles. Eles se anteciparam ao golpe e saíram. Eu os segui, e também saí. Por respeito à eles, mas principalmente por respeito ao que acredito. Aquele projeto tinha perdido todo sentido pra mim.
Essa pequena passagem que acabo de narrar, foi apenas uma vã tentativa de traçar algum tipo de paralelo com as traições na política.
Quem em sã consciência, diria que um ano após as eleições, o PSB paraibano estaria rachado? Que Ricardo Coutinho, o grande responsável pela vitória do projeto, que sacrificou um eleição ao senado ganha, seria colocado de lado como uma roupa velha que já não serve mais?
Companheiros históricos, de sangue suor e lágrimas, não tiveram a hombridade e a educação, de parabenizar o ex-governador na passagem de seu aniversário. Um gesto simples, que na minha opinião se sobrepõe ao embate. O mesmo que durante quatorze anos ininterruptos teve a caneta na mão e agora não tem mais. Percebem a diferença?
“Glória a todas as lutas inglórias”.
4 Comentários
Interessante o texto, quem diria que Ricardo iria trair Edvaldo Rosas em?
Não foi o contrário?
O pior defeito do ser humano é a ingratidão. Esse João aí, desconhecido até outro, está conhecido agora da pior maneira possível, como TRAIDOR ingrato que deve ser tratado com a indiferença que merece os INGRATOS. ( Essa é uma opinião de alguém que Ricardo não sabe nem que existe, portanto não me classifiquem como bajulador, pois quem me conhece sabe que não sofro desse mau. )
João Azevedo, no qual eu votei por causa de Ricardo, já que eu não o conhecia e acredito que a imensa maioria dos que votaram nele, fizeram o mesmo, resolveu se juntar a traidores como Veneziano e Agnaldo que “ferraram” Dilma, no impeachment, como Luciano Cartaxo, que se elegeu pelo PT e na hora em que a mídia golpista transformou o partido na GENÍ, ele pulou fora, demostrando a verdadeira face que, na verdade nunca foi petista, era apenas mais um carreirista sem ideais, como a maioria dos políticos da nossa terra. Em resumo: Ricardo serviu pra eleger um monte de cacarecos que jamais seriam porra nenhuma na política, se dependesse de seus próprios méritos e logo em seguida foi descartado por esses “traíras” sem dó nem piedade.