opinião

A PUJANÇA DO AGRO PARAIBANO E OS SEUS DESAFIOS

11 de outubro de 2023

POR RÔMULO MONTENEGRO

Os Paraibanos desconhecem o desempenho do agronegócio paraibano no cenário nacional e regional!
A caprinocultura estadual que embala a movimentação econômica de nada menos que 35 municípios do cariri, assegurou o primeiro lugar na produção nacional de leite de cabra, o segundo lugar, no número de rebanho de caprinos, e possibilitou o soerguimento do IDH do médio sertão aproximando-o da região litorânea e superando o IDH do brejo!
A fruticultura se expande a passos largos na região litoranea e do brejo paraibano com destaque para produção de mamão, abacaxi, colocando a Paraíba na primeira colocação para o mamão papaia e terceira colocação para o abacaxi, ambas as posições nacionais para essas culturas; Na região Nordeste somos o maior produtor de mamão e de abacaxi, nenhum outro estado nos supera!
A cana de açúcar que emprega mais de 40.000 pessoas diretamente na produção da “porteira para dentro”’e da “porteira para fora” abriga mais 200.000 pessoas que tiram o seu sustento da sua produção, garantindo a terceira colocação regional no volume de cana colhida e transformada em etanol e açúcar; Já somos o primeiro lugar no volume de cachaça produzida nacionalmente a partir da cana de açúcar e nos mais recentes rankings mundiais desta bebida, despontamos com vários rótulos genuinamente paraibanos;
A produção estadual de coco ganha referência nacional e internacional pela qualidade e excelência desta bebida natural, garantindo ainda, a maior agregação de valor ao produto entre os estados referências, pela pujança da agroindústria paraibana do coco que se espraia do litoral ao sertão do estado; Este setor garante a estabilidade social de mais de 20.000 famílias no estado da Paraíba!
Os mais recentes levantamentos do Ministério da Indústria e Comércio do Brasil confere ao Agro Paraibano 5 lugares entre os 10 produtos exportados a partir da Paraíba! Isso mesmo, entre os 10 principais itens da pauta de exportação, 5 itens são do Agronegócio estadual, com destaque para açúcares, álcool etílico, mamões frescos, sucos de abacaxi, agua de coco; Considerando que os demais itens são calçados de borracha e fios de algodão cujas matérias primas vem de fora, podemos assegurar que o Agro Exportação da Paraíba é muitíssimo sustentável!
Sem figurar no ranking mas com importância destacada para economia estadual, ainda figuram a avicultura com importantes marcas de proteínas de aves no Brejo Paraibano, Serra de Teixeira e Piemonte da Borborema; A bovinocultura de leite com uma agroindústria puxante no alto sertão, além do destaque de exportação de melão orgânico das espinharas;
Então, não há dúvidas de que somos muito importantes produtores do agro na região nordeste e, melhor, temos um enorme potencial de expansão!
A Paraiba é o único estado da região nordeste com três entradas das águas da transposição, além nossa posição geográfica continental que nos assegura o “ponto mais oriental das Américas” ;
Somado a todo esse potencial, considere as aptidões destacadas da nossa agropecuária com uma zona litorânea que adentra 120 km no interior do estado cujo índice pluviométrico garante uma produção estável e a possibilidade de irrigação; No semiárido cuja instabilidade de chuvas constitui uma realidade, a caprinocultura, como dito anteriormente, se consolida e forma uma uma base econômica estruturada, assim como, a bovinocultura de leite com um alto grau de eficiência da agroindústria de leite e derivados e um sólida tecnologia de produção em campo!
Apesar de tudo isso, agora somos testados na nossa capacidade de superação, pois, precisamos saber utilizar e gerir as águas que assegurarão parcialmente a produção agrícola e de alimentos forrageiros para os animais numa área onde não se tinha segurança hídrica!
Acima de tudo é imperioso que tenhamos projetos para bem utilizar esse insumo, a ponto de nos proporcionar uma produção, transformação e comercialização de forma eficiente, que nos permita concorrer com outras polos produtores; Digo isso, me referindo a Mossoró/Assu no Rio Grande do Norte, Petrolina em Pernambuco, Tabuleiro das Russas no Ceará, para ficarmos restritos aos nossos vizinhos de lado!
Não somente isso, precisamos atualizar e modernizar a nossa legislação, fazê-la consoante estes novos tempos e as novas tecnologias dispostas para produção agropecuária; O arcabouço legislativo agropecuário estadual é carcomido e concebido a partir de uma cultura segundo a qual somos importadores, ou seja, nada produzimos, tudo em vem de fora; Isso significa que as “as porteiras são abertas” para entrar todos os produtos produzidos em outros estados da federação!
Por conta disso, a produção local enfrenta uma concorrência perversa e extremamente desigual nos mais variados aspectos, fiscal, ambiental, sanitário, de logística, o que por vezes nos exclui ou no mínimo reduz nossa capacidade de competição!
Urge que o legislativo estadual “chame o feito a ordem” e atualize esse arcabouco; O Governo do Estado tenha um planejamento estratégico para assegurar investimentos em projetos de produção ao longo deste estado, tenha uma política fiscal compatível com os demais estados da região e tenha gatilhos de proteção contra a invasão desarrazoada de produtos externos.
Além disso, a Paraíba precisa rever a logística de transporte da produção, porque a pequena movimentação do Porto de Cabedelo inibe que produtos agropecuários perecíveis escoem por lá, porquanto não há movimentação diária de contêiner que garanta a exportação destes produtos in natura, como as frutas e outros vegetais; Talvez a solução passe pela integração com a Transnordestina e a construção de Porto Seco para assegurar eficiência logística!
Não tenho dúvidas de que se fizermos o “dever de casa” agora, dentro de uma década seremos o Estado da Região Nordeste com maior produção do Agro!

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