“Mais vale duas rapaduras “saigadas” do que uma promessa doce”, profetizava Gominho aos amigos interessados em saber porque não chegou a assumir o cargo de prefeito de Princesa.
A vida toda fora vereador. Veio o convite para ser vice de Sebastião Feliciano, o Batinho, que aceitou com uma condição: O prefeito eleito ficaria dois anos no mandato e lhe cederia os outros dois.
Feito o acordo, foram à luta e venceram a eleição.
A posse festiva, com direito a baile e a cerveja “com escuma” como Gominho gostava, já era esquecida no dia seguinte, e a pancada do bombo começava a mudar.
O prefeito não deixava o vice fazer nada, tomar conhecimento de nada. Era uma nulidade no cargo. Só fazia receber o dinheiro e com atraso.
Até que chegou o dia do rompimento e do desabafo do desiludido Manoel Gomes de Souza.
Burity costumava dizer que o único governante que não brigou com o antecessor fora Tomé de Souza, por ter sido o primeiro.
O caso de Gominho não pode ser catalogado como briga do que é com o que foi, mas como um casamento não consumado.
ALCIDES E A SECA
E já que estão falando em privatizar a transposição, tirando da água o pobre que não vai poder comprá-la, nada mais apropriado do que transcrever trecho de discurso proferido pelo então deputado Alcides Carneiro sobre a seca que assolava o Nordeste:
“Cadáveres sem conta pontilham já as estradas empoeiradas e mostram os dentes ao sul num derradeiro protesto; e não lhes dão sequer uma cova por piedade, pois os que morrem de fome e de sede pouco têm o que enterrar, mesmo porque o coveiro piedoso é menos apressado do que o corvo voraz”.
“Podeis crer, srs. Deputados, como se estivesseis ouvindo os gemidos dos moribundos e o grito dos desesperados. Crede que desgraçadamente nesta hora se está extinguindo, na pior das mortes, o cerne da nacionalidade”
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