A REVOLUÇÃO TRAÍDA

 

Otávio Goulart

NÃO é conveniente deixar de reparar na estranha ironia numa proposta política nunca antes concebida nem pelas mais febris mentes especulativas, para as quais teria sido impossível imaginar que, atingido o sonho socialista em solo paraibano, fosse necessário chamar o povo a indignar-se contra o próprio estado, com a esperança de que ainda seja possível resguadar a transformação revolucionária que houve neste torrão nos últimos anos, salvando-a das mãos do governo atual que se revela extremamente burocrático, medíocre, conservador, subserviente aos demais poderes e que possibilitou ressurgir das cinzas as forças políticas oligárquicas e retrógradas que dominaram este Estado durante séculos, pervertendo até as entranhas o sonho social e a nova realidade econômica que havia sido implementada na vida do povo paraibano.

Ou indignar-se ou legar ao futuro da Paraíba o fracasso e o medo de muitas gerações à procura de um sonho de igualdade que, na vida real, hoje está se transformando no pesadelo da vida dos paraibanos, em relevo dos mais necessitados.

Afinal, como descreveu Henrik Ibsen em sua obra “o inimigo do povo”: “ainda fica por ver se a maldade e a covardia são suficientemente poderosas para selar os lábios de um homem livre e honrado”. E com essa frase homenageiamos um digno homem público que hoje completa mais uma primavera.

Parabéns Ricardo Coutinho!