Guardo muitas lembranças de Sérgio de Castro Pinto, destaco duas: a primeira quando ele recebia em seu gabinete, na Fundação Cultural do Estado, o repórter que iniciava seus passos no jornalismo e sequer conhecia as ruas da cidade. A segunda e que me fez seu admirador eterno foi o grito de rebeldia a um governador arrogante que se achava acima do bem e do mal e teve que engolir o desabafo atrevido do seu então auxiliar.
O repórter era eu. Começava a trabalhar em A União, mal conhecia os labirintos das repartições públicas e fui recebido pelo já poeta consagrado que auxiliava Hildebrando Assis na Funcep. Ele me ofereceu cafezinho, me encheu de notícias e convidou-me para voltar quando quisesse. Da Funcep fiz meus pastos, de Sérgio tornei-me amigo.
Convidado por um governador para cargo relevante na cultura, Sérgio discutiu com ele durante uma reunião pública. O governador queria posar de benfeitor, Sérgio disse que ele não era. Assim, na lata, de auxiliar para patrão, sendo que naquela hora o auxiliar se tornou gigante o patrão o anão que jamais deixou de ser.
Hoje o poeta chega aos 77 anos.
Um menino.
Que não demonstra a idade que tem.
Continua o mesmo sorriso, a simplicidade de antes, a figura fantástica que a todos cativa.
A Sérgio o meu abraço, é tudo que posso oferecer. E é muita coisa, pois é o abraço de amigo, oferecido de graça, com muito amor e carinho.
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