Por: Aldo Ribeiro – Economista e progressista
Política e veículos tradicionais de comunicação, desde sempre conviveram entrelaçados no mar de interesses, que sempre convergiram para mais dinheiro e mais poder. É fácil de se observar esse fenômeno, quando vemos por exemplo, que a grande maioria dos grandes veículos de comunicação no Nordeste, são dominados por oligarquias políticas, ou por grupos fortemente ligados à política da região. Maranhão, Alagoas, Ceará, Bahia pra ficar somente nesses, são exemplos típicos de famílias com o domínio da comunicação de massa do estado, pra pautar e proteger seus projetos políticos. Na Paraíba, temos o Sistema Correio e a Rede Paraíba no mainstream da comunicação tradicional. Desde sempre, protagonistas dos interesses políticos do estado. É importante destacar, que esses grandes sistemas de comunicação, passam por grave crise há anos.
Basta saber que a Rede Globo perdeu 1de cada 3 aparelhos de televisão ligados no seu canal nos últimos 15 anos. Isso é um dado avassalador. Patrocinadores correm. Grandes bancos e marcas, cada vez mais preferem mostrar seus produtos na internet, pois além de mais barato, é mais fácil segmentar e atingir seu público-alvo. Nas suas afiliadas não é diferente. Jornais impressos fechados, demissões e redução de quadros são cada vez mais comuns. Fazer televisão num estado pobre como o nosso, custa muito caro.
Diante desse quadro nada favorável, a dependência de verbas publicitárias de estados e prefeituras é quase uma tábua de salvação. É com esses valores que esses sistemas conseguem sobreviver.
Quando vi a divulgação da 1ª pesquisa de intenção de voto ontem à noite no JPB 2ª edição, me corei de vergonha alheia. Sorri de nervoso. Sério. Conseguiram inventar uma margem de erro, acreditem, de 4% pra mais ou pra menos. Ou seja, a variação da pontuação de um candidato, pode variar em até 8%. No final das contas, tentou-se demonstrar que estão todos tecnicamente empatados. Percebem o desmantelo estatístico? A impressão que temos, é que a intenção é colocar todos num mesmo balaio pra causar na população e na opinião pública, uma sensação de equilíbrio e imprevisibilidade no jogo. A divulgação da pesquisa foi um prato cheio para os programas de rádio no dia seguinte. E notem o esforço de algumas figuras desses programas, em incutir no inconsciente coletivo da população, a sensação de que o ex-governador já não tem tanta força eleitoral como antes.
Vocês acham mesmo que o campo progressista historicamente combativo, e antagônico ao projeto bolsonarista, dentro de João Pessoa, se resume a 12%? Nem conto o 1% do anão político a serviço do governo do estado. Desse falarei num próximo texto.
Vocês acreditam que mesmo com o imenso portfólio de obras e ações na cidade, seja como prefeito, seja como governador, a base eleitoral de Ricardo Coutinho a preço de hoje, se resume a minguados 12%? Perdão, mas é subestimar a inteligência do povo.
Existem outros números, meus caros, e sabemos que o quadro é outro. Mas pra quê espernear, se já sabemos como funcionam pesquisas eleitorais aqui nessa terra que amamos tanto, né? Ah, e de antemão já adianto-lhes: a pesquisa do Sistema Correio vai ser igual ou até pior. Aquele marqueteiro do candidato do governador, que por essas coincidências da vida é também apresentador do programa de rádio, terá orgasmos múltiplos quando comentar os números.
O cenário que se desenha, companheiros, é que mais uma vez a força do silêncio irá gritar na hora certa. O grito daqueles que só observam. De longe. Sem fazer alarde. Acreditem.
“Pra que tanta inteligência? Por que que tanta emoção? Qualquer coisa em excesso faz sucesso meu irmão. Quanta gente com certeza, tanta gente sem noção Em excesso até o fracasso faz sucesso por aí. E eu tenho fé na força do silêncio”. (Pouca Vogal)
2 Comentários
Me dia ai Tião de Princesa !!! Qui daibo de rixa tem alguns seguimentos, em especial os mais poderosos com o MAGO ???
Se esse barulho todo desse voto, Delosmar Mendonça Júnior, Haroldo Lucena, Ruy Carneiro, João Gonçalves e Zé Maranhão teriam sido prefeitos de João Pessoa.