Por: Aldo Ribeiro – economista e progressista
Antes de entrar no tema-título propriamente dito, é necessário entendermos um pouco mais sobre o significado de “guerra híbrida”. A grosso modo e em linhas gerais, guerra híbrida é uma guerra não fomentada pelo embate bélico tradicional, quando falamos de confronto entre nações, ou algo parecido. Mas sim, fomentada por uma série de elementos, que tem como função destruir as estruturas democráticas e institucionais por dentro. E os soldados, muitas vezes sem saber, somos nós. Quando curtimos ou compartilhamos algo em nossas redes sociais, indiretamente disseminamos o doce veneno da ideia que tenta ser incutida no país ou em determinada sociedade. É um jogo sujo de destruição de reputações e enfraquecimento de instituições. E não se enganem: o Brasil tem sido tubo de ensaio desse fenômeno, bancado por países e corporações do sistema, com interesses meramente econômicos. Percebam o que foi ou ainda é a Lava Jato. Percebam o papel de Sérgio Moro, do Ministério Público e de políticos ligados à esses grupos. Ou vocês acham que Paulo Guedes junto com Bolsonaro servem aos interesses do cidadão comum? E o Dória, quais seus interesses senão meramente coorporativos? Vejam o que Guilherme Boulos está sofrendo na sua campanha em SP e tirem suas conclusões.
Dito isso, precisamos falar das pesquisas de João Pessoa. Sigam a lógica dos fatos comigo. Percebam, pesquisas são encomendadas por grandes grupos de comunicação do estado. Com fortes interesses no resultados das eleições na capital. Temos o Governo do Estado com uma verba de comunicação recheada de milhões pra sustentar esses grupos. E aí vem a pergunta: quem é o candidato do governador? Cícero Lucena. E lógico, é óbvio que as pesquisas tentam, sendo bem sutil, “tendenciar” pra o candidato de quem abastece esses grupos de comunicação. O intuito é criar um cenário de perspectiva de vitória dos dois candidatos da direita, excluindo o ex-governador Ricardo Coutinho do jogo. E sabem o motivo de toda esse preocupação? Porque RC uma vez no 2º turno, vencerá as eleições. É fundamental matar sua candidatura no nascedouro, ainda no 1º turno.
Alguém pode me perguntar: mas como você tem tanta certeza disso? É uma questão de lógica do contexto. Desde 2014 vivemos uma polarização absurda e programada pra ser polarizada mesmo. Esquerda x direita. Lula x Bolsonaro. China x EUA. Conservadores x Progressistas. Elementos de uma guerra híbrida. Percebem?
Aqui em João Pessoa não é diferente. Temos uma base do campo progressista, que naturalmente não votará em nenhum dos representantes da direita conservadora, que se estapeiam pra ter seu nome ligado ao Bolsonaro. Isso por si só, já polariza o jogo. São aqueles eleitores que tem aversão ao bolsonarismo. Some-se à isso, a base militante da esquerda. Não tenho dúvida de que a militância petista na hora H vai de Ricardo. Assim como a militância do ex-governador. Mas, a mais forte de todas, é a base silenciosa das ruas e do eleitor médio comum. Eles estão observando o que está posto à mesa.
Um ex-prefeito que não tem uma mísera obra ou política pública digna de menção pra mostrar aos eleitores. Como acreditar em alguém que teve oito anos pra fazer algo realmente relevante, não fez, e agora diz que vai fazer? É subestimar a inteligência do povo.
Como acreditar em alguém que cuspia moralidade agressiva em programas de rádio, e que agora se veste de “jacarezinho paz e amor”? Um neófito que promete mundos e fundos sem ter experiência alguma em gestão pública? Que é filiado ao que há de mais retrógado no país, o velho PMDB de guerra capitaneado pelo inoxidável José Maranhão?
E os processos que correm em segredo de justiça? Por que até hoje não houve estardalhaço dos grandes meios de comunicação? Seletividade? Se é contra, busca-se algum nexo acusatório, ainda que sem provas e destrói-se a reputação do adversário? É assim que funciona? (Olha mais uma vez a guerra híbrida mostrando sua cara).
São perguntas, reflexões que devemos nos fazer, e sobretudo expor aos que ainda não tiveram essa leitura do cenário. De ligar os pontos, e entender que nada é por acaso. Mais do que nunca, é uma luta de classes.
Portanto, nesse momento, a grande preocupação da direita paraibana elitista e conservadora, é impedir que Ricardo vá pro 2º turno. Porque sabem que ele indo pro 2º turno, renascerá das cinzas. E uma vez renascido, se fortalece, e vence as eleições. Simples assim. Estamos na frente, mas ninguém precisa saber.
E pra não perder o costume: “eu tenho fé na força do silêncio”.
7 Comentários
O silêncio é também RESISTÊNCIA.
Uma força oculta, que age invisível , e que explode com a força de um vulcão.
Com certeza o candidato a ser batido é o mago!!!! Uma vaga no 2 turno é dele.
O MAGO NUNCA GANHOU EM PESQUISA
ELE SÓ GANHA NO VOTO
Excelente texto e idéias. Concordo em gènero, numero e grau.
Na fila de uma farmácia ouvi atentamente a conversa de dois senhores falando de política e justificando que vota no candidato Ricardo Coutinho porque tem experiência, é trabalhador, é bom gestor, tem muitas obras realizadas nos bairros da cidade, que é o melhor para a população e para a cidade, que os outros fazem promessas falsas e enganadoras, tem candidato que já foi prefeito e não fez e aqueles que tentam enganar o eleitor com conversas fiadas de locutor de rádios, e o candidato político profissional com sotaque de carioca e discurso enganador no guia que fará a mil anos em 4 anos. Aí o outro senhor disse é muita cara de pau, com falsos discursos e sem propostas querendo enganar a população. O povo sabe que Ricardo Coutinho tem experiência e trabalho, que foi um bom prefeito e tambem um bom governador com muitas obras e trabalho.
Eu tenho muita fé na memória do pessoense e que esse silêncio seja de reconhecimento, gratidão e esperança de dias melhores pra capital.
“Ligue-se o rádio. Lá estará o ex-governador Abreu Sodré carpindo o fim melancólico do líder sindical e o enterro prematuro do ex-futuro líder político. Aperte-se o botão da televisão. E lá estará o atual governador Paulo Maluf decretando a morte de Lula como líder sindical e afirmando que o PT não passará daqui por diante de uma piada. E assim todo mundo sente-se autorizado a lançar sua pá de cal sobre o túmulo do mais moderno e, sem dúvida, mais importante dirigente sindical surgido no país depois de 1964.” (Samuel Wainer, 1º de maio de 1980, na Folha de São Paulo)