Ele era presença obrigatória nas tertúlias literárias que se realizavam na cidade. Lançamento de livro sem seu discurso não tinha graça. Percorria nossas ruas sempre andando a pé, vestindo seu impecável e às vezes encardido terno branco e não largando nunca a pasta de couro, na qual levava os livros que vendia no contato direto com os fãs.
Gostava de cabaré, amava as putas, abrumava a mãe e desafiava a altura da Ladeira da Borborema, onde morava, declamando a plenos pulmões:
“Ladeira da Borborema
Tu és mais arta do que eu
Mas eu posso subir em tu
E tu num pode subir neu.
Certa vez apresentei-o ao historiador princesense Paulo Mariano. Ele olhou o apresentado com certa indiferença e perguntou se Paulo havia escrito algum livro.
-Escrevi dois -, respondeu Paulo.
O poeta retrucou, se retirando:
-Pois eu já escrevi oito.
Quando morreu, o prefeito Ricardo Coutinho o homenageou com um busto em corpo inteiro, colocado na Praça Aristides Lobo, onde está até hoje.
Mas parece que o atual prefeito não conheceu Mané Caixa D`água, porque, se tivesse conhecido, não deixaria sua estátua no abandono em que se encontra.
2 Comentários
Tião de Princesa,
“Mas parece que o atual prefeito não conheceu Mané Caixa D`água, porque, se tivesse conhecido, não deixaria sua estátua no abandono em que se encontra”.
Quero ver em frente ao Residencial LU-LU / AQUA’MARE no começo daquela avenida chique do bairro do Altiplano Nobre vizinha a ESMA, Escola da Magistratura do TJ/PB vc encontrar um cisco no chão, apesar das inúmeras obras de residenciais não menos luxuosos !!!
Gestao acefala na capital paraibana. Ele se capitaliza das intervenções do gov estadual, pq obra mesmo, nao tem nenhuma.