Por Adriana Bezerra
O chefe da Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul, Daniel Gomes da Silva, ficou ocupado enquanto era mantido preso na Penitenciária de Segurança Máxima da Papuda em Brasília. Detido em 14 de dezembro de 2018, sob a acusação de superfaturar contratos em hospitais públicos, ele teria tido acesso a notebook em sua cela para passar para o papel anos de conversas gravadas. Os trechos dos diálogos transcritos tinham um alvo: o ex-governador Ricardo Coutinho.
A Lei de Execução Penal (Lei 11.466/07) considera falta grave ter, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
O notebook misterioso não foi registrado pelo aparato de segurança da Papuda. Em nota oficial, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal informou que desconhece o uso de notebook na cela de Daniel e que não há notícia ou denúncia em seu sistema sobre o fato.
Mas investigações feitas enquanto a Operação Calvário prenda, expunha, criminalizava e condenava antecipadamente supostos operadores do que ficou conhecido na mídia paraibana como o “maior escândalo de corrupção” do Estado, mostram que Daniel Gomes teve a sua disposição o notebook misterioso.
A denúncia está publicada no Conjur, o maior veículo dedicado a cobrir o Direito e a Justiça da língua portuguesa.
De acordo com o documentário “Justiça Contaminada – o teatro do lavajatismo na Paraíba”, produzido pelo Conjur, o notebook foi plantado na cela de Daniel, supostamente sem o conhecimento da administração da Papuda.
E teria sido com essa “providência” que nem o Ministério Público fluminense (responsável pela detenção de Daniel) nem o paraibano assumem, que o gestor da Cruz Vermelha transcreveu diálogos que mais tarde “vazariam” na mídia local, reforçando a narrativa da Operação Calvário
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Está ficando nítido