Marcos Pires
Vou contar alguns fatos. Não que sejam de importância fundamental na história do Brasil, mas servem ao propósito de mostrar que nossos Presidentes aqui e acolá eram do balacobaco.
E começo com a incrível e verdadeira história da proclamação da República. O Marechal Floriano era partidário da monarquia e respeitava profundamente o Imperador D. Pedro II. Mas foi vítima de uma fake News. Soube que seria preso, o que não era verdade. Reuniu então as tropas e invadiu o Ministério da Guerra, demitindo todos os ministros do império. Porém limitou-se a isso e ficou na dele até que surgiu uma segunda fake News, dando conta de que o Imperador iria nomear como primeiro ministro seu arqui-inimigo Gaspar Silveira Martins. Pra que? O homem pegou ar e proclamou a República, tornando-se nosso primeiro Presidente. Sucedeu-o Nilo Peçanha, casado com Ana Soares Peçanha. Pensem numa mulher braba. Quebrou uma sombrinha na cabeça do valente Senador Pinheiro Machado, porque falara mal do seu marido.
Já a esposa do Presidente Hermes da Fonseca, Nair de Teffé, era cartunista, inteligentíssima e avançada. Pois não é que na festa de despedidas do poder juntou-se com Catulo da Paixão Cearense e tocaram ao violão o maxixe “Corta jaca”? O pior é que puseram a nobreza a requebrar pelo salão. Foi um escândalo.
Juscelino Kubitschek era Presidente e tinha 56 anos de idade quando apaixonou-se por Lúcia Pedroso, de apenas 23 anos. Era esposa do líder do PSD, José Pedroso, que ficou sabendo do caso e decidiu matar os dois. Mas bateu pino e limitou-se a contar o chifre a Dona Sara, a primeira dama. Porém tudo seguiu normalmente, tendo JK escrito ao longo da vida mais de 10 mil páginas de cartas à namorada, para desgosto do corno fofoqueiro. Eu tenho dezenas de histórias como essas para contar a vocês, mas cadê espaço? No entanto não posso terminar sem dizer que o ex-presidente Castelo Branco, que assumiu logo após a revolução (ou golpe militar, como queiram) em 1964, tinha um irmão que era funcionário público e teria recebido de presente dos colegas um automóvel de luxo como forma de homenagem indireta ao poderoso de plantão. Sabedor do caso, Castelo ligou para o brother e começou uma descompostura enorme. O irmão o interrompeu e disse que estava se sentindo ameaçado. Afinal, era capaz de ser demitido por ter aceito o presente, ao que o Marechal finalizou: “- Você não entendeu; demitido você já está. Estou decidindo é se mando prendê-lo”.
2 Comentários
Parabenizo o jornalista Tião Lucena pelo informativo Blog. Parabenizo também o advogado Marcos Pires pelos seus textos semanais.
Com relação ao texto sobre nossos presidentes quero fazer algumas observações.
Quem proclamou a República foi o Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, no dia 15 de novembro de 1889. se tornando também o primeiro presidente, de 1889 a 1891. O segundo presidente foi o Marechal Floriano Vieira Peixoto, que era vice de Deodoro da Fonseca e que ficou no Poder de 1891 a 1894. Os dois presidentes eram alagoanos, Na nossa História esse período de 1889 a 1894 é conhecido como República da Espada. O primeiro presidente civil eleito foi o advogado Prudente de Morais, que governou de 1894 até 1898.
Ficou faltando a narrativa mais
pitoresca de todas: onde realmente
se encontrava o imperador, e o
que estava fazendo quando
recebeu a mensagem que deu
origem ao grito libertador.
Para o anedotário anarquista
paulista, ele estava atrás de uma
moita, fazendo o que qualquer
viajante faria na hora do aperto,
no meio de uma longa e cansativa
viagem. Daí o grito libertador.
O restante da frase teria sido
acrescentado depois, bem
como o cavalo branco.