Marcos Pires
Dona Miriam Maia era incrível. Quando chegava no nosso escritório, parávamos de trabalhar para rir até a barriga doer, ouvindo suas histórias. Aquele era o verdadeiro humor da época, sem as peias da generalizada falsa moral de hoje.
I- Depois de examinar o paciente, o médico adverte-o: “-Olhe, com essa sua tosse você não pode beber vinho, tomar cerveja, conhaque, comer crustáceo, chocolate, comer presunto, comer doce, nada de bebida, viu?”. E o paciente: “-Então o senhor recomenda só tossir?”
II – O português saiu da sua padaria mais cedo e chegando em casa flagrou a mulher com outro. Indignado, protestou: “- Muito bonito, Joaquina! Agora estás querendo dar uma de moderninha, não é? Só tá faltando mesmo é saíres por aí a bebeire e a fumaire”.
III- Num domingo à tarde, Joãozinho convida Juquinha pra brincar no parque recém-inaugurado: “- Peraí que eu vou ver se mamãe deixa”. Aí meteu o grito:“- Mãe, maaaê, maaaê!”. Lá de dentro ela respondeu bem abusada: “- O que é menino?”. E o pirralho: “ – Pai namorou com a senhora ontem?” . Ouviu-se um tremendo grito: “- Nãaaaaaoü!”. O garoto, de imediato, concluiu: “- Deixa não”.
V- Depois de examinar a paciente, uma jovem senhora do interior, o médico perguntou: “- Você sente prazer com seu marido?”. Ela, encabulada, respondeu: “Vote! Sinto nada, doutor. Cê vem me perguntar logo isso!”. Ao que o médico continuou: “- Não? Que pena…é um caso a estudar, a senhora tão jovem, tão bonita, é incrível”. Ela esfregou o nariz, pigarreou, fungou e disse: “- Quer dizer, às veiz…às veiz eu sinto aquela vontade de morrer, num sabe?”. O médico deu um sorriso : “ – É assim mesmo, Dona Maria. A senhora não tem nada, pode ir pra casa”.
VI- Um matuto chegou numa loja e pediu:“- Moço, eu quero comprar um ventilador”. O vendedor trouxe um da Walita. Ele olhou, virou o bicho e balançou a cabeça: “- Né desse não. É do outro”. O vendedor foi lá dentro e voltou com um Arno, último modelo. “-Este aqui tem cinco velocidades, é o último lançamento”. O matuto refugou: “- Mas num é esse que eu quero não. Eu quero é daquele que sai percurano, percurano, percurano…”. E fazia o movimento do ventilador com a cabeça. Era um ventilador giratório.
E pra terminar; o Manuel disse à Maria: “- Ô estupoire, sei que estás a me trair com meu melhor amigo”. Ela tranquilamente negou: “-Pois te enganas, não é com ele não”.
Era assim antigamente.
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