Política

Ao admitir novo controle dos ‘Cunha Limas’ na Sudene, Pedro revela incoerência no seu discurso contra privilégios

5 de março de 2020

Após admitir a indicação de Evaldo Cruz Neto para a superintendência da Sudene, o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) filho do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB)  afirmou, em emissora de rádio e sites, que foi o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, quem lhe pediu uma indicação. Mas o parlamentar assegurou que mantém sua “independência política” em relação ao governo de Jair Bolsonaro, o que parece uma contradição. Pois, a indicação, sugere que o deputado aderiu às pautas governistas. Detalhe: advogado, Evaldo Cruz Neto é cunhado do parlamentar e, portanto, genro do ex-senador. Outro ponto é que Pedro vem seguidamente votando favorável nas pautas governistas na Câmara, a exemplo, do seu voto favorável pela Reforma da Previdência.

No ano passado: “Em áudio que circulou em Brasília, inclusive entre assessores do Palácio do Planalto, um deputado federal do PSL relatava que parlamentares teriam exigido e negociado cargos em troca de votos favoráveis à reforma da Previdência, principal projeto do primeiro ano do governo Bolsonaro”, relatava o jornalista Bruno Abbud. Na gravação, o deputado Gulliem Lemos (PSL-PB), conhecido como Julian Lemos, relata que conseguiu junto à Casa Civil garantir para si a prerrogativa de indicar nomes para cargos de direção na Fundação Nacional da Saúde.  Veja detalhes: https://www.brasil247.com/poder/audio-revela-que-bolsonaro-compra-votos-de-deputados-para-liquidar-aposentadorias

Como pode se ver na votação de Pedro Cunha Lima disponibilizada na Câmara dos Deputados, ele foi um dos parlamentares tucanos que votaram favoráveis a reforma. Vale ressaltar que seu pai, na época que detinha o mandato de senador em dado momento orientava que seu posicionamento deveria ser contrário à votação da Reforma da Previdência, como pode se ver em matérias á época.  https://www.polemicaparaiba.com.br/politica/nao-vou-votar-contra-aquilo-que-eu-construi-diz-cassio-cunha-lima-sobre-reforma-da-previdencia/

Passado quase 25 anos, a família Cunha Lima volta a comandar a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Ao concluir o seu primeiro mandato de prefeito de Campina Grande, em 1992, Cássio foi indicado por articulação do seu pai o ex-governador Ronaldo Cunha Lima, como superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), cargo pelo qual ocupou de 1992 a 1994.

 

Entenda o passado de Cássio na Sudene – Em pesquisa realizada pela própria Sudene em 1992 também ficou patente a tendência já apontada de privilegiar as grandes indústrias, com destaque para o setor químico e metalúrgico, em geral com capital vindo de fora da região. De acordo ainda com esses dados acionistas do sudeste controlavam 50% do capital social das empresas beneficiadas pela Sudene, enquanto o capital local detinha 39%.

Em 1993, uma auditoria do Tribunal de Contas novamente indicou a existência de casos de corrupção envolvendo a Sudene, que na época era presidida por Cássio Cunha Lima (PMDB-PB). Essas denúncias repercutiram na imprensa, o que teria provocado, inclusive, uma tentativa de assassinato. Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), acreditando que a fonte das denúncias era o ex-governador da Paraíba, Tarcísio de Miranda Burity, tentou matá-lo no dia 5 de agosto de 1993. Nove anos depois os sócios da empresa Sampa S/A foram condenados à pena de reclusão pela Justiça Federal por terem participado de um esquema que desviou mais de meio milhão de reais justamente durante a gestão de Cássio Cunha Lima.

Em janeiro de 1994, Cassio Cunha Lima foi afastado da Sudene, tendo sido substituído pelo General Nilton Moreira Rodrigues, cuja gestão do General foi marcada por uma tentativa de moralização. Veja mais clicando: https://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/superintendencia-do-desenvolvimento-do-nordeste-sudene

Outras incoerências de Pedro Cunha Lima – Pedro vêm se manifestando na Câmara dos Deputados desde seu primeiro mandato, como um parlamentar contra os privilégios, porém esquece que sua família é recheada de regalias, que vão desde seu pai o ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) que recebia, um total, R$ 57,2 mil, entre salário do Congresso e pensão como ex-governador da Paraíba, algo muito criticado pelos brasileiros, a inúmeras indicações de familiares e amigos em cargos públicos sem concurso. O acumulo de vencimentos de Cássio já foi destaque diversas vezes na mídia nacional, como nessa matéria no G1 no link: https://goo.gl/jHmhHo. O governo da Paraíba tem uma despesa anual de R$ 2,5 milhões com pensões vitalícias para ex-governadores e viúvas.

Escândalo nacional – Em agosto de 2017, a família Cunha Lima, foi destaque nacional, em matéria do portal Congresso em Foco, devido à grande quantidade de parentes sem concurso no serviço público. (Confira a matéria no link: https://goo.gl/fkNppu). Na matéria traz a família Cunha Lima como um dos grupos que mais tentam sobreviver da política.

Familiares e amigos de Pedro em cargos públicos sem concurso

Que todos sabem é que a família Cunha Lima é grande, isso já é um fato, mas que muitos exercem cargos sem concursos, indicados pelo ex-senador Cássio Cunha Lima, o deputado federal Pedro Cunha Lima e o Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, todos parentes poucos tem noção da quantidade de pessoas e de suas rendas oriundas do setor público.

Levantamentos feitos no Sagres, revelam mais familiares e pessoas diretas ligadas à família Cunha Lima, recebendo altos salários na Prefeitura Municipal de Campina Grande. Dentre os quais: O filho ex-prefeito de Fagundes Gilberto Dantas e da atual prefeita Magna Madalena Brasil Risucci (Arthur Risucci Dantas) que ganhando R$ 3.388,00. O ex-prefeito de Queimadas Jacó Maciel, ganhando R$ 6.500,00. O cunhado do senador Cássio Cunha Lima (Jackson Alves Azevedo) que ganha R$ 1.100,00. Germana Cunha Lima que é prima do senador Cassio Cunha Lima, ganhando R$ 5,8 mil e o irmão do seu advogado Herbert Targino, o comissionado Hermann Jorge Targino ganhando a bagatela de R$ 4,1 mil.

Outro integrante da família Cunha Lima detectado na folha da PMCG é Bertrand de Figueiredo Cunha Lima, que atua como comissionado no Instituto de Prev. dos Serv. Mun. de Campina Grande, exercendo o cargo de Diretor Econômico Financeiro do instituto e recebendo a quantia mensal de R$ 13.169,82. Bertrand é concunhado do prefeito Romero Rodrigues (PSDB). O atual presidente do IPSEM Antônio Hermano De Oliveira, recebe a quantia de R$ 22.400,00 é casado com a irmã de Romero.

Irmã de Cássio – Conforme noticiado, o Clã Cunha Lima não tem problemas para conseguir empregos com altas remunerações. A irmã de Cássio Cunha Lima, Glauce Rodrigues Cunha Lima, consta como funcionária do Tribunal de Justiça da Paraíba.

Com um salário de R$12,300, a irmã de Cássio e assessora de gabinete trabalha diretamente com o desembargador Joás de Brito do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB). As informações constam no Sagres e ela foi nomeada desde 2007. A atitude do desembargador foi o interpretada por alguns como uma retribuição à nomeação feita pelo governador.

Nepotismo na PMCG – Recentemente foi apresentada ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), uma denúncia de nepotismo, na gestão do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues. Segundo a denúncia, o gestor teria empregado parentes na sua administração, o que fere a legislação vigente.

 

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4 Comentários

  • Reply Fred 5 de março de 2020 at 12:17

    Pedro Cunha Lima! Seja bem ido as velhas práticas! Não me surpreende. Filho de demagogo, demagogo é! Sabia que não iria resistir. Para resistir a isso é preciso ter caráter. Virtude que atinge pouco mais que 15% da humanidade. Sinta-se em casa. Você representa a população! Só 15%? Sim.
    Em Mateus 22:14, Jesus nos diz que “muitos são chamados, mas poucos escolhidos.”

  • Reply Delfos 5 de março de 2020 at 12:22

    Que culpa o jovem,e inocente deputado pode ter se não ensinaram ele a dizer: Não, obrigado?
    Ele, como filho obdiete, está seguindo os passos do pai. E, como tem orguho da trajetória paterna, agora procura reproduzi-la através do cunjado.
    Tudo fruto da sua preocupação com o “bem público “.
    Não foi por isso que ele foi eleito?

  • Reply JOSE GIVANILDO LIMA SA 5 de março de 2020 at 19:10

    SE O POVO PARAIBANOS TIVESSEM VERGONHA E HISTÓRIA NO CENÁRIO BRASILEIROS COMO OS HERÓIS, NÃO VOTARIAM NESSA CORJA DOS CUNHA LIMA! POVÃO, DEREM A RESPOSTAS COMO DERAM NO CASSADO EM 2018.

  • Reply JOSÉ 6 de março de 2020 at 09:44

    A MAMATA CONTINUA!!!!!!! QUAL FAMÍLIA DE POLITICO DA PARAIBA OU BRASIL NÃO NOMEIA PRIMEIRO OS SEUS E DEPOIS OS SEUS???
    O RESTO É SÓ PRA VOTAR E FAZER RACHADINHAS!!!!!!

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