Marcos Pires
Nunca entendi porque aqui no Brasil só se pode votar na data aprazada para a realização das eleições. Qual é o problema em serem abertas uns dias antes da tal data algumas seções em cartórios eleitorais, nos T.R.E.s e mesmo em órgãos públicos para que os eleitores que assim o desejarem possam antecipar seu voto? Essa possibilidade só aumentou com a criação do e.título, que poderá ser aperfeiçoado para esse fim. E nem venham dizer que é ideia de jerico, porque em outros países o voto antecipado funciona muito bem. Em Portugal basta efetuar um requerimento para obter o direito de votar antes do dia designado para as eleições. Nas últimas eleições legislativas isso aconteceu naturalmente. E o que dizer dos Estados Unidos da América, a potência da democracia no olhar do mundo, onde o voto antecipado vem mais do que dobrando a cada eleição, principalmente depois do Covid? Há um destaque necessário para as eleições americanas; ao contrário da patuscada brasileira onde a realização de eleições sempre ocorre em dias feriados ou domingos, nos EUA as eleições ocorrem em dias normais; ninguém é dispensado para ir votar. É sair do trabalho, sufragar e depois voltar ao trabalho. Se a antecipação do voto é tão importante lá porque facilita o trabalho dos americanos, imagine aqui, que facilitaria demais o aproveitamento dos feriados, como é o caso das eleições deste fim de semana. Ou seja, tanto é bom para os pobres americanos que tem de trabalhar, como seria melhor ainda para os ricos brasileiros que poderiam emendar um feriadão para ir à praia.
Outros pontos que eu destacaria se mais espaço tivesse seriam o custeio dos transportes públicos no dia das eleições com a grana saindo daquele imoral fundão eleitoral, a possibilidade de candidaturas avulsas e o voto facultativo.
Ocorreu-me agora que no nosso sistema eleitoral todas as eleições majoritárias tem possibilidade de um segundo turno, não é mesmo? Só que não. Do que aprendi a eleição para o Senado é majoritária. Não entendo como as eleições para Prefeito, Governador e Presidente tem segundo turno e as eleições para Senador não tem. Se os políticos tiverem coragem de mexer nesse assunto, que aproveitem para acabar com essa seboseira da existência de suplentes de Senador (que só servem para financiar a campanha do candidato principal). Muito bem andarão porque o candidato que não se elegeu, ficando em segundo lugar no pleito, assumiria com legitimidade e voto a vaga do eleito na hipótese do seu impedimento e não à força da grana.
Se quiserem tenho tempo de sobra para debater o assunto, com muitos argumentos e ideias que não postei aqui por falta de espaço.
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