A Arquidiocese da Paraíba afirmou, por meio de nota divulgada nesta segunda-feira (21), que “o Procurador do Trabalho violou explicitamente o sigilo” ao conceder entrevista sobre a condenação, pela Justiça do Trabalho, sofrida pela Igreja Católica na Paraíba a pagar R$ 12 milhões por crimes de exploração sexual. A entrevista foi exibida durante uma reportagem veiculada pelo Fantástico, no domingo (20), que retratou relatos de vítimas, autoridades e outros envolvidos no caso.
Em contato com a assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho na Paraíba, que informou que iria analisar a nota e informar o caso ao procurador-chefe e ao procurador citado, Eduardo Varandas, para, então, emitir um posicionamento.
Na nota, a Arquidiocese informou que não recusou apresentar resposta, mas que cumpriu o que é estabelecido na legislação que impõe o segredo de justiça ao processo.
Também declarou que, após a exibição da matéria – que informou a existência de documentos e depoimentos que foram, em alguns momentos, interpretados – constatou que a equipe de reportagem teve acesso pleno ao procedimento preparatório instaurado pelo procurador.
Além disso, informou que o procurador do trabalho Eduardo Varandas atribuiu à juíza do Trabalho responsável pela decisão “a responsabilidade pela divulgação ilegal de informações protegidas”.
“Eduardo Varandas pinçou trechos de depoimentos prestados sem o crivo do contraditório, omitindo deliberadamente as inúmeras contradições dos depoimentos apresentados perante o Ministério Público do Trabalho e perante a Justiça do Trabalho, para conferir à matéria o enredo que mais interessava e tentar condenar previamente a Igreja Católica, sem a devida análise pela Justiça até a última instância”, diz a nota.
A Arquidiocese pontuou que vai adotar as medidas necessárias para a apurar as responsabilidades em relação ao desrespeito à lei e à ordem jurídica.
Já em relação aos casos de exploração sexual abordados na reportagem, a Arquidiocese afirmou que um Processo Canônico foi instaurado desde o recebimento da primeira denúncia e que “lutará sempre para combater qualquer prática que atente contra a dignidade da pessoa humana, especialmente daqueles mais vulneráveis”.
Ainda na nota, a Igreja Católica na Paraíba ressaltou que “repele” a acusação de que está manchada, por não haver um processo judicial finalizado, com uma decisão da qual não se possa recorrer.
3 Comentários
Agora é tarde. Uns já comeram e outros foram comidos.
Sou católico, grande parte da imprensa sabia das safadezas do que acontecia na gestão do d Aldo, e ficava calada,agora que saiu na mídia nacional todos os sites da terrinha criaram coragem para falar do assunto,a a arquidiocese vem com uma nota dessa,ferraram a vida de muitos jovens esses bandidos de bata tem que pagar na justiça mesmo.
Ser padre, pastor, ou seja lá o que for, não é, e nunca foi , sinônimo de santidade.
O problema é que ainda misturam religião com fé, e esquecem que aquele que
está no imaginário religioso como um homem santo, nada mais é que um simples
mortal.
E deve ser tratado como qualquer um outro mortal. Se errou, que pague por seus erros.
E aquele que se cala, se torna cúmplice. E aquele que foi vítima repetida vezes,
e se calou, não deveria ser considerado apenas uma vítima.