opinião

Arriba México

13 de outubro de 2024

Marcos Pires

Antônio de Pádua Maria Severino López de Santa Anna y Pérez Lebrón (vou chama-lo Santana) conseguiu ser presidente do México onze vezes em apenas vinte e dois anos e num dos poucos períodos em que estava fora do poder foi convocado pelo presidente Bustamante para comandar o exército mexicano num enfrentamento com o exército Frances na guerra dos bolos.

Deu-se que oficiais do exército mexicano foram até a confeitaria do monsieur Remontel e depois de comerem alguns bolos recusaram-se a pagar a conta. O confeiteiro foi ao consulado francês e somou sua queixa às de outros comerciantes franceses que haviam sido vítimas do mesmo tipo de calote. O governo francês deu a bexiga; ou o México pagaria 600 mil pesos ou arcaria com as consequências. Não havia dinheiro nos cofres públicos e assim o exército francês desembarcou em Veracruz, mas foi rechaçado pelos mexicanos sob o comando de Santana, que na batalhe perdeu uma perna. Aqui começa a história da perna, porém não posso encerrar a questão dos bolos sem registrar que o México tempos depois pagou os tais 600 mil pesos à França por conta dos bolos.

Mas vamos à perna de Santana. Na tal batalha um tiro de canhão arrancou a perna dele. Mandou enterrá-la em uma de suas fazendas e posteriormente, ao reassumir mais uma vez a presidência do México, organizou um desfile incrível para o funeral de sua perna. Sete bandas marciais, embaixadores, parlamentares, o alto clero, todo mundo e a mulher de seu Raimundo acompanhando a missa solene na catedral, onde no altar um caixão coberto com a bandeira mexicana serviu para sepultar a perna do caudilho, que mandou fazer uma prótese de cortiça em substituição à defunta. Tempos depois, em mais uma das onze deposições que sofreu, a multidão invadiu o cemitério, desenterrou a perna e arrastou-a pelas ruas da capital. Quanto à perna de cortiça, exposta no Museu da Guarda de Sprigfield, em 2014 foi objeto de disputa entre os estados de Illinois e do Texas. Aliás, o “pequeno e pobre” Texas foi apenas um dos nacos de terra que o México perdeu para os E.U.A. por conta da incompetência de Santana.

Santana inventou muitos impostos, um deles a ser pago por cada pessoa que criasse um cão. Não satisfeito criou outro imposto incidente no número de janelas e portas das casas dos contribuintes.

Tem muito mais, porém cadê espaço?

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