1BERTO DE ALMEIDA
AGORA COM UMA “cadeira vazia” em nossa Academia Paraibana de Letras, essa deixada pelo bom Carlos Romero e disputada por três candidatos à imortalidade, apostar: vai dar Roberto Cavalcante na cabeça! O motivo – ou motivos, vejam lá – nem preciso aqui espalhar. Vai dar o óbvio e ululante, diria o Nelson Rodrigues. Os candidatos? Enumero-os (ou seria “eu numero”?) aqui: Ney Suassuna, Germano (filho do bom imortal) e Roberto Cavalcante. Mas não entrarei no mérito da eleição nem da Academia. Por quê? Ora, tenho ótimos amigos por lá, e esses há muito imortais para mim.
PORÉM, POR FAVOR, ACREDITEM, todas às vezes que escuto falar nessa história de eleição para a nossa APL, lembro aquela outra em que negaram ao bom Evandro Nóbrega, o Druzz, o bom e o erudito Druzz a merecida “imortalidade”. Tem mais: no lugar que lhe era devido, pasmem, colocaram um “colunista social”! Ora bolas! Nem se esse fosse o saudoso Ricardo Boechat ou o Zózimo Barrozo do Amaral. Se doeu? Dói ainda.
DE PRONTO, batendo de primeira, sem deixar a bola cair, também é bom recordar que o ótimo Lima Barreto, aquele mesmo do imortalTriste fim de policarpo quaresma, também foi preterido, assim como o meu poeta Quintana, pela Academia Brasileira de letras, Isso eles tem em comum. Por três vezes – pasmem! – se candidataram, e foram derrotados! No caso do Lima Barreto, segundo o imortal Venâncio Filho, “Lima Barreto não tinha o perfil de acadêmico. Era boêmio, andava malvestido, vivia bêbado e volta e meia internado em hospitais psiquiátricos”. Deus do céu! Tive medo! Fiquei esperando o “…negro” depois do boêmio.
O MEU POETA MARIO QUINTANA ?!podem sorrir! Vocês não estão sendo gravados! Pois é. Perdeu para o Eduardo Portella, ex- ministro da educação do General Figueiredo, numa sacanagem que até hoje ninguém soube explicar (ou não quiseram), Arnaldo Niskier e Carlos Castelo Branco. Os três somados não valem um poema desse meu “poeta das coisas simples”. Tem nada não, Druzz, todos passarão…
MAS, FINALMENTE, quem será o eleito para a vaga do bom Carlos Romero? Podem apostar todas as fichas em Roberto Cavalcante. Por quê?! Ora bolas! Eu já disse!
TODAS ÀS VEZES que entro num banco para pegar o meu trocado no final de cada mês, olho para o meu povo assalariado mínimo, reclamando um desconto aqui e outro ali, empréstimos e outras pragas que devoram ao nossa renda, deixando-nos apenas com o imposto, e lembro que, no ano passado, os 4 maiores bancos (Itaú, Santander, Banco do Brasil e Bradesco) da Pátria Amada, tiveram um lucro de R$ 73 bilhões! Vocês sabem o que isso representa? Darei um exemplo: daria para comprar os passes de todos os jogadores do Botafogo da Parahyba, Peri Lima e Nacional de Patos! Mas o que me deixa puto mesmo é saber que até agora nenhum banqueiro foi preso.
TENHO GOSTADO um bocado – quase escrevia “uma porrada” – dos novos e também velhos colaboradores deste “Espaço Tião”. ´tem sido uma alegria danada encontrar ótimos textos por qui espalhados. Textos – assim como este, acho – simples, leves e, sem S, eivados (meu Deus!) de bom humor. Não vou nomear os gostados, porque não precisa. São poucos. Mas prefiro não lembrar os seus nomes. Todos bons. O estilo é o salário.
MARIA LÚCIA escreve para este “Espaço Tião”, em um bom texto, nota-se logo na primeira passada de olhos, dizendo que agora, depois da leitura das minhas mal-traçadas aqui espalhadas, será mais uma leitora minha. Se fiquei feliz? Muito! Agora tenho dois leitores, e isso me deixa muito orgulhoso. Uma é a boa Maria Lucia, e o outro o meu irmão Dapenha! Obrigado, Maria Lúcia, vamos em frente! Se a gente temer – lembrei o Temer?! – seguir, parar e olhar para trás, poderemos ser atropelados por um três desgovernado, correndo na contramão.
Putabraço pra vocês! Ando de saco cheio e meio desse vazio que enche o meu saco!
*Carlos Drummond de Andrade
5 Comentários
meu Caro 1 Berto,
Com todo respeito que vc me merece como pensador, intelectual e cronista do cotidiano, faço apenas uma ressalva em suas considerações acadêmicas: não sou “um colunista social”, sou um jornalista sindicalizado tendo iniciado minha carreira há 46 anos como repórter estagiário do Jornal do Brasil. Sou advogado, defendo público aposentado, ex-conselheiro da OAB-pb e autor de cinco livros, um deles , Cesario Alvim 27 – Histórias do filho de um exilado , editado pela UFPB com duas edições esgotada. Disputei e venci, limpamente e democraticamente, uma cadeira na Academia por me julgar apto a pleitear a vaga já que Letras e palavras são a minha matéria prima há mais de quatro devadss. Lamento que o companheiro Evandro Nóbrega, meu primeiro editor em O Norte, intelectual de escol, tenha sido preterido numa eleiçao onde prevaleceu o voto livre dos acadêmicos.
Gostaria de lhe enviar alguns dos meus livros para a sua análise e avaliação. Se não for incomodo, solicito que envie Vse endereço que farei chegar às suas mãos.
Esse camarada deve ser do tipo “não me toques”. Pois bem, ficou com raiva de um colega que simplesmente deu uma opinião, com a qual concordo plenamente. Penso eu que 1Berto não vai mandar o endereço. Já possui livros, ensaios, artigos e comentários demais. É necessário deixar o ufanismo de lado e aceitar o contraditório !!!
O radicalismo é pai do inconformismo e filho da vaidade! Quantos livros existem que nunca foram lidos?
Ele se tocou, quem falou no nome dele agui? Vai te catar anafa.