Votei e trabalhei para Roberto Paulino em 2003. O simpático gordo de Guarabira tinha tudo pra sair vitorioso, mas por um capricho do destino, perdeu. O vitorioso foi Cássio Cunha Lima, mas até hoje Roberto reivindica para si a vitória. Diz que foi tomada. Por quem, ninguém sabe ou se sabe, esconde.
Dizia-se que seria uma vitória fácil para Roberto Paulino. Seu antecessor, Zé Maranhão, deixara o Governo com uma avaliação nas nuvens e o seu substituto, que era seu vice, fazia um bom Governo.
No dia da eleição eu integrava a equipe jurídica da campanha e senti uma moleza grande da parte dos coordenadores. O coordenador financeiro da campanha, um irmão do candidato, não era encontrado para suprir necessidades urgentes e o próprio Roberto, descansado, foi avistado na tarde da eleição passeando de jeep por Tambiá.
Acrescente-se a isso o acidente sofrido pela primeira dama, que o desconsertou. Houve inclusive a ameaça de desistência da parte dele por causa do sofrimento da esposa.
Foi uma noite triste, a da vitória de Cássio.
Eu nunca gostei de enfeitar meu carro com cartazes de políticos. Mas enfeitei o meu de cabo a rabo com as fotos de Roberto Paulino.
E quando o pipocar das bombas anunciava a vitória de Cássio Cunha Lima e vizinhos do meu prédio começavam a festejar, vi, com dor e dó no coração, meu caçula, de apenas 10 anos, descer as escadas para arrancar os cartazes pregados no carro, com medo de possíveis retaliações.
Durante a campanha João e Nildo, donos das duas barracas/bares que funcionavam na esquina do local onde foi construída a Praça do Skate, brigavam por Roberto Paulino. Eram mais partidários do que eu. E na derrota, eu, vencido e desgostoso, saí de casa para me consolar com eles. Eram os únicos com quem podia contar.
Encontrei-os festivos e vestidos de amarelo, a cor de Cássio. Espantado perguntei o que era aquilo. João respondeu que estavam paramentados para a festa da vitória.
– Oxi, João, e tu não eras Roberto Paulino? -, indaguei em voz alta.
E João, ostentando o riso maroto dos espertos:
– Tião, querido, eu sou muito falso!
2 Comentários
Ninguem acreditava na vitória de Cassio naquela época. Mas o pessoal de Zé Maranhao e de Roberto Paulino tavam mais preocupados com do dinheiro e o poder do que em eleger o pobre Roberto. A começar por Lena, que virou toda poderosa. Era muita perseguição. Famílias foram destruídas por perseguições políticas de ambos os lados, mas do PMDB era infinitamente maior. Foi o pior momento da política paraibana. Ausência de honra!! Efraim nessa época elegeu-se senador no momento em que estava entrando em decadência, ou seja, assim como hoje, não tinha voto para ser senador. Mas tinha capital especulativo. Especular e dizer mentiras mil vezes vezes é o segredo para virar uma verdade.
Assisti a alguns dias atrás o debate entre Roberto Paulino X Cássio C. Lima, que aconteceu na reta final da campanha e dias antes da eleição e vi que foi ali que o então governador Roberto Paulino perdeu as eleições, o jovem Cássio botou Roberto Paulino no bolso, Paulino gaguejava e sua boca tremia, perdeu o rumo da história, foi um verdadeiro fiasco a participação de Paulino no debate. Infelizmente, para alguns ficou o choro e para outros a alegria da vitória de Cássio.