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As cartas dos leitores

24 de fevereiro de 2019

Marcos Pires         

Quem lê as cartas dos leitores enviadas à imprensa? Eu, com certeza. Leio e me importo muito. Ainda esta semana o leitor Fabrício Alves escreveu ao Correio da Paraíba reclamando dos “flanelinhas”. O leitor coloca com maestria a sensação de chantagem que nós sentimos quando somos abordados por esse pessoal que julga ter a propriedade de espaços públicos. Tenho algumas amigas que se sentem constrangidas com as ameaças nem sempre tão veladas que eles fazem. “-Olhaí, madama, é melhor me deixar tomando conta porque tem muito marginal por aqui e podem arranhar seu carro. Me dê dez real que eu garanto”. Ora, marginal que se preze vai lá se preocupar em arranhar carro de madame… .

Problema maior são os motoboys. Claro que não são todos, mas vamos ser sinceros; não é uma pequena parte deles que dirige de forma alucinada. Ultrapassam sinais, avançam na contramão, utilizam-se de calçadas, passam espremidos pelas filas dos veículos que estão parados nos sinais (vez por outra arranham automóveis com as manetas dos guidões) e alguns ainda são agressivamente abusados. Não retribuo esses absurdos porque minha dose diária de paciência tem surtido efeito, bem assim porque procuro entender que eles ganham por entrega feita, mas decidi boicotar todas as empresas que empregam esses alucinados. Simplesmente não peço mais nada em restaurantes ou farmácias cujo entregador eu tenha flagrado no transito fazendo barbeiragens. O pior é que os motoroys põem em risco as vidas deles e as nossas. E mesmo que não venham a falecer nos acidentes que provocam, ficam por vários meses em hospitais e o resto da vida pendurados na previdência dando prejuízo à nação (ou seja, à custa de nossos impostos) por conta exclusiva dos acidentes que eles conscientemente praticaram.

Que em nenhum momento se pense em uma execração da categoria, mas creio ser chegada a hora de Detran e SEMOB agirem em conjunto para pôr cobro a esse descalabro, fiscalizando e multando, bem assim a quem incumbir de direito criar uma lei que obrigue esses siderados a identificar, através de grandes placas penduradas nas laterais das motos, para quem estão transportando os produtos, de modo que a população possa me acompanhar e também boicotar essas empresas que se tornam coniventes desses absurdos por não proibirem a pratica.

Basta!

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3 Comentários

  • Reply Sebastião Gerbase 24 de fevereiro de 2019 at 07:23

    Concordo, plena e absolutamente, com as sugestões do colunista, eis que, tenho sido vítima das duas classes infratores: flanelinhas e motoboys.

  • Reply Delfos 26 de fevereiro de 2019 at 09:15

    Ai iidentificação não só da empresa, mas também uma
    identificação numérica do portador da “caixa de entrega”.
    Isso facilitaria as denúncias. Tal qual é feito com os
    ônibus. O denunciante não precisará do número da
    placa da moto, mas simplesmente dos números apostados
    nas laterias da própria caixa identificando a empresa
    e o motoqueiro.
    Caberia à SEMOB criar um cadastro para as empresas
    e os motoqueiros por elas contratados.
    Eu tomo como exemplo o que ocorria na minha casa.
    A minha diarista vivia reclamando do comportamento
    dos motoristas de ônibus. Bastou eu orientá-la a
    ter sempre uma caneta e papel na mão para anotar
    os dados necessários para fazermos as denúncias.
    Coincidência ou não, as reclamações dela com os
    motoristas ,da linha que sempre utiliza, diminuiram.

  • Reply Antonio Romualdo 26 de fevereiro de 2019 at 13:17

    Boas sugestões, sugiro também o Ministério do Trabalho, através de seus fiscais averiguarem as condições, carga horária e se tem alguma garantia ou assistência em caso de acidentes desses entregadores. Aconteceu um acidente com um entregador e o dono do restaurante nem perguntou pelo entregador, a preocupação dele era saber se o almoço tinha derramado se dava para aproveitar a entrega.

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