As derradeiras do dia

Amigos e amigas, em edição extraordinária, uma “Derradeiras do Dia” especial.

Mandetta foi à CPI e falou um dia inteiro. Foi o depoimento mais longo que eu já presenciei. Tive pena do pobre, o tempo todo com a máscara tapando seus pertences e tendo que responder perguntas e mais perguntas, além de suportar a chatice de alguns senadores que, em vez de perguntar, faziam discursos para aparecer na televisão.

Pegando um bigu no G!, o ex-ministro disse, em resumo, o seguinte:

• o governo federal não quis fazer campanha nacional contra a Covid;
• uma minuta de decreto presidencial propôs que a Anvisa alterasse a bula da cloroquina para que o remédio fosse recomendado contra a Covid; o medicamento é comprovado cientificamente ineficaz contra a Covid;
• Bolsonaro foi alertado sobre a gravidade da pandemia;
• o presidente tinha um “assessoramento paralelo” sobre as medidas a serem adotadas;
• a postura do presidente da República causou “impacto” no cenário da pandemia;
• a saída da pandemia é a vacinação da população;
• o ministro das Comunicações, Fábio Faria, enviou a ele uma pergunta também feita nesta terça por um senador;
• o ministro da Economia, Paulo Guedes, é “pequeno” e talvez tenha “influenciado” o presidente Jair Bolsonaro;
• o tratamento precoce, já defendido pelo governo federal, deveria ser chamado de “kit ilusão“;
• o Brasil não fez “lockdown” e que adotou medidas contra Covid “depois do leite derramado“.

A tão esperada presença do general Pazuello ficou para depois. O ex-ministro, que na semana passada fez um toor num shopping de Manaus sem máscara e ainda zombou da mocinha que o advertiu sobre a necessidade de usar a indumentária, mandou dizer que não poderia comparecer à CPI porque manteve contato com dois assessores acometidos da doença e, por consequência, poderia estar com o vírus.

Queria depor on line.

O presidente da CPI não concordou.

Vai aguardar o fim da quarentena e levar o ministro a prestar depoimento, ao vivo e a cores, todo engalanado e, claro, mascarado.

Renan Calheiros até fez troça. Disse que a ausência do ministro representava uma conversão dele às restrições contra a Covid. “Ele quis depor on line porque se descobriu contra as aglomerações”.

E que venha a quarta-feira.

Quando será ouvido o ex-ministro Nelson Teich, aquele que tem cara de sono.