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Domingueiras do Tião

20 de fevereiro de 2022

O DIA EM QUE TENENTE CAMILÃO PRENDEU O PROMOTOR 

Baixinho e entroncado, Doutor Lourinaldo se impunha pelo grito. Seu timbre de voz era tão gasguito que se fazia ouvir a longas distâncias sem precisar de microfone.

Ficou famoso depois de enfrentar, no Tribunal do Júri, o poeta Ronaldo Cunha Lima.

Ele defendia o Estado e Ronaldo fora contratado a peso de ouro para livrar da cadeia o genro de importante fazendeiro que matara, numa só noite, duas pessoas do lugar.

A oratória do promotor e a poesia do jovem advogado mobilizaram a cidade.

O baixinho Lourinaldo aguentou o tombo, fez a acusação, ouviu os argumentos da defesa, pediu réplica e só perdeu na tréplica, depois de o advogado apelar para as lágrimas das mães escaladas como juradas, ao declamar

“Mãe eu volto a ver-te na antiga sala

Onde uma noite te deixei sem fala

Dizendo adeus, como quem vai morrer”.

Os 7 a 0 dados ao matador não deslustraram a atuação do promotor, que a partir daquele episódio passou a ser requisitado para discursar nas solenidades cívicas, nas inaugurações, nas festas natalícias e até mesmo nos comícios.

Tinha dois inofensivos vícios: cachaça e torrado. Baixava na budega de Chico Pedro ao nascer do sol e, entre uma pitada e outra de rapé, tomava umas lapadas da branquinha, sempre puxando conversa com o seu indefectível “…é o caso”.

Até que um dia…

Camilão dera baixa do glorioso Exército Brasileiro. Fora reformado como doido na patente de tenente.

Um doido sadio, que namorava, dançava e bebia cachaça. Também jogava sinuca e brigava.

Doutor Lourinaldo não o conhecia, veio a fazê-lo naquele final de manhã em que conversava na esquina de Antonio Maia, depois de passar a paêta em duas lapadas  de cana no Bar de Bartolomeu.

Camilão, de cara cheia, apareceu na conversa do promotor num momento em que este discorria sobre a importância da dialética na fermentação estomacal dos seres invertebrados. Doutor Lourinaldo não  aprovou a intromissão indébita, mandou o intruso se calar, o intruso não se calou e o promotor, do alto da sua autoridade, lhe deu voz de prisão.

– Quem tá preso é você -, devolveu o tenente Camilo.

E não se contentando apenas com a palavra, agarrou o baixinho pela gola do paletó e levantando-o do chão, desceu com ele pela Rua Grande, em demanda da cadeia, para desespero dos mais velhos e festa da molecada.

A viagem não se consumou porque, quando a dupla alcançava a calçada do comerciante Eije Kumamoto, foi barrada pelo motorista Sinésio Tenório e pelo jovem Véi de Elizeu, que gritando “tás doido, Camilo!”, tomaram o promotor das suas mãos e cuidaram de recompor suas vestes amarrotadas.

Consta que o processo aberto para apurar a ofensa grave ao representante do Ministério Público foi arquivada em razão da inimputabilidade do agressor, devidamente atestada pelo laudo do setor médico do Exército.

 

Y LOVE YOU 1

O assunto em Brasília é só um: o namoro entre dois seres humanos entranhados no Ministério da Saúde. Quem são os pombinhos? Perguntam nas esquinas, nos cafezinhos, nos corredores. E embora alguns saibam, todos dizem que desconhecem, nunca os viram, jamais os avistaram.

 

Y LOVE YOU 2

Provando ser um conquistador incansável,  o apresentador Samuka Duarte apresentou às redes sociais o seu novo amor. Uma loira belíssima, com jeito de artista da Globo, diva dos seus sonhos, alvo dos seus sorrisos.

Que esse amor seja eterno enquanto dure.

 

NIVER DE LILIA

Amiga, conterrânea, gente fina, Lilia Muniz Fernandes, essa bela mulher da foto, está aniversariando. Simplesmente uma pessoa maravilhosa, de quem gosto e quero bem. Que outros aniversários aconteçam por tempos indefinidos.

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