Todos os dias, faça chuva ou faça sol, Mário vai ao cemitério conversar com sua esposa Jucilene. Senta ao pé da cova e passa horas falando das coisas do dia a dia, da falta que ela faz, de como o mundo mudou. Depois retorna para casa e espera o nascer de um novo dia para rever a amada.
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Isso já dura anos, desde quando ela morreu e foi sepultada no cemitério Campo Santo de Princesa.
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Quem é de lá ou quem por lá passou conhece Mário. Na juventude foi o zagueiro mais elegante do Cancão de Princesa. Depois que aposentou a chuteira se tornou exemplar funcionário da Cagepa até se aposentar de novo. Nesse tempo casou e fez família. A mulher que escolheu para amar um dia partiu. Mas dele não se apartou até hoje.
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Dá gosto ver aquele senhor de cabelos brancos, dentadura falha pelo desgaste do tempo, falando com a esposa que outro mundo habita. Dá até para acreditar no amor eterno, aquele que ultrapassa barreiras, vence tempestades e enfrenta injustiças para se manter vivo.
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Grande Mário!
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Pegou-me de surpresa a morte de Marcos Vasconcelos, embora os acontecimentos dos últimos dias tenham transformado a morte numa sequência tão constante que cheira a rotina. Vasconcelos era delegado acostumado a emoções extremas. Ao que sei, não tinha vícios. De modo que seu coração era tido como firme e forte. Não foi o que aconteceu. Um infarto fulminante o pegou em pleno feriado de finados quando descansava em sua fazenda no interior da Paraíba.
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Em menos de quinze dias, tempo mais do que curto, morreram Fodinha, Ariano e Vasconcelos.
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E a fila andando.
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Para o desconhecido.
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Como era esperado, a PEC de Hervásio Bezerra mexeu com os nervos dos perrepistas que insistem em destronar João Pessoa e jogá-lo à vala comum dos esquecidos, tirando seu nome da Capital do Estado da Paraíba.
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Uma coisa besta, sem futuro, sem nexo. O nome João Pessoa soa bem aos ouvidos, até aos ouvidos moucos. Trocá-lo pra que?
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Deveria haver um Dia de Finados por semana. Somente assim os mortos não seriam esquecidos e os cemitérios permaneceriam limpinhos e caiados como estavam ontem.
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Falar de política é bom, mas dá trabalho. Né não, Marcos Maivado Marinho?
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Por qualquer coisa, um processo. Que sempre termina favorável a quem processou.
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Na última sessão do TCE PB foram julgadas regulares e aprovadas as contas de 2021 da Procuradoria Geral do Estado e do Fundo de Modernização e Reaparelhamento da PGE-FUNPEPB – sob a responsabilidade do procurador Fábio Andrade Medeiros.
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Vem novo livro por aí.
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O último e derradeiro.
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É sobre o cangaço.
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Quem leu os originais, gostou.
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Inté.
3 Comentários
Amigo, não diga que o livro prestes a ser lançado, será o último. Você viverá ainda, no mínimo, duas décadas e escreverá todos os anos de vida, mais um livro.
O Dr Marcos Vasconcelos era fumante ativo. Uma grande perda para a Polícia Civil da Paraíba. Que ele descanse em paz junto ao pai celestial
O nome João Pessoa é feio, personalista e carrega uma mentira histórica.