Homem, seu menino, a coisa tá feia pras bandas de Négo. As infidelidades estão intensas, não se sabe mais em quem confiar, num dia um tá aqui, no outro mudou-se pra lá, ninguém é de ninguém e é porque “na vida tudo passa”.
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Sabe não? Pois só não sabe quem não quer saber. Porque quem quer, fica sabendo, por exemplo, que o fogo de monturo começou a queimar com mais intensidade de João Pessoa a Cajazeiras, de Catolé do Rocha a Princesa, de Cabedelo a Cachoeira dos Índios e assim por diante.
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Viu não? Eu vi. Tá no jornal. Romério Bandeira se reuniu com o povo de Lula para traçar as metas políticas bem debaixo do nariz do Caboclinho que acredita no amor Eterno. Enquanto isso, o amigo dele, assim/assim com o homem, anunciou que o homem vai apoiar os candidatos do seu partido onde não for possível fazer a pacificação.
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Ora, como fazer pacificação se na terra do Caboclo fazem reuniões com os adversários dele?
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Por isso que eu digo: A coisa tá feia. Ninguém é de ninguém e na vida tudo passa. Até as juras de amor eterno.
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Vamos pra frente e depois me diga se não foi assim.
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Princesa, quem diria, agora tem MST. Que chique! E os meninos invadiram logo o filé mignon. Aquele campo de Zé do Campo era o sonho de consumo de 200 entre os 100 agricultores da terrinha. Terra boa, fértil, cheia de baixios e de chãs, foi ali onde Zé do Campo, funcionário gabaritado do Ministério da Agricultura, criou a filharada e reunia, sempre aos domingos, a fina flor da sociedade princesense para comer buchada e ouvir os acordes do saxofone de Manoel Marrocos.
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O campo tinha estrutura de cidade. Uma rua de boas casas, a melhor delas servindo de vivenda para o administrador, tratores espalhados, gado gordo, bodes vistosos, até porcos de arroubas existiam por lá.
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Até que um dia o Governo desativou as atividades, aposentou Zé do Campo, Zé mudou-se para a cidade grande, ali acabou de envelhecer e morrer.
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E os Sem Terra chegaram, se apossaram, ocuparam as ruinas das antigas casas de residência e hoje mantém acampamento esperando não sei o que, já que o governo não desapropria o que já é dele.
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Até crime de morte aconteceu por lá. No final de semana meteram bala no coordenador do acampamento e, de sobra, mataram também uma mulher que nada tinha a ver com as querelas do grupo.
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Fiquei sabendo que Daniel está indo pra Princesa comemorar o aniversário da cidade. O medo que faz é ele se perder no caminho.
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O cadáver encontrado pendurado na zona rural de Bananeiras não tem a dentadura completa, mas o homem acusado de desaparecer com Ana Sophia não é ou não era banguela.
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Só se, no meio do caminho, entrou no consultório de Geraldo Dentista e arrancou os dentes para botar uma chapa.
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O primeiro amigo que fiz aqui na cidade grande foi Chico Pinto Neto. E continua amigo. Uma amizade de 48 anos e lá vai fumaça.
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Costumo dizer que conto nos dedos os amigos que tenho. E é verdade.
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Amigos por baixo de pau e pedra, de verão e inverno, de alegrias e tristezas, de horas boas e horas incertas.
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Hoje tô filosofal.
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Inté.
2 Comentários
és inoxidável
Homi, tu és tão bom que teu nome se resume em “TIÃO”!