E por ser hoje uma sexta com cara de sábado, vamos começar com esses causos tirados da verve do conterrâneo Damião André de Lima. Os personagens são Joaquim Mariano, rico fazendeiro e político da terra, os “Caboco da Várzea” e o inesquecível Mané Pitito:
Seu Joaquim, um homem tão rico, vendendo cachorro novo na feira…
– E é o seguinte, depois eu pego o dinheiro do gado e dos cachorro, misturo e ninguém vai saber qual é o dinheiro do gado e do cachorro, respondeu Seu Joaquim ao ser questionado por um cidadão…
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– Pra fazer o fí não me chamou ,agora vem pedir ajuda pra criar ? Kkkkkkkk palavras dele a uma pedinte de rua
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Há tempos atrás, os caboco da Várzea saíram para uma partida de futebol em Curral Velho, no Vale do Piancó, só que a turma de lá conhecia a fama dos caboco, de gostar de cachaça… A turma de Curral Velho preparou uma panelada de (massapê/ pirão de corredor de boi), antes do jogo…
Por fim, o placar só pôde ser contado até os 12X0…
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Diz a história que há muitos anos atrás a Polícia enquadrou “Mané Pitito” e desceu a manivela contra ele… A Polícia seguiu com “Mané Pitito” por uma rua e ele gritando ” ai ai ai, me acuda, me acuda…” e havia uma Senhora que morava em um beco apertado em Princesa, PB, ela ficava observando através de uma janela bem no alto e ao avistar a Polícia descendo o cacete em ” Mané Pitito”, gritou:- Por que vocês num mata logo?
“Mané Pitito” gritou: – Não Dona Sinhá, tá bom do jeito que tá..
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Cuidado com o Jogo do Tigre, ele mata. Vejam o que aconteceu com a jovem funcionária de uma casa de festas. Matou-se depois de afundar em dívidas por causa do jogo.
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Eu sou mais o jogo do bicho. Tem 25 bichos, até o tigre está no meio, mas não mata ninguém. E de vez em quando a pessoa acerta.
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Minha tia Jovelina gostava de jogar no bicho. Não podia ver uma placa de carro que ia olhar a milhar. E também costumava interpretar os sonhos que tinha. Era sonhar, interpretar, jogar e ganhar.
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Tem a história daquela senhora que sonhou indo à padaria comprar pão. Acordou, foi à banca de Zé de Horácio e cravou no tigre. Acertou na mosca. E depois explicou o sonho:
– O pão é feito de farinha de trigue”.
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Também tem as histórias trágicas, como aquela de Mané Caipira:
– Seu Zé, sonhei sendo enrabado por um jumento. Eu jogo o que?
– Jogue o cu fora”, aconselhou Zé de Horácio.
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Quando rapazinho fui cambista, vendia jogo do bicho na cidade de Princesa. Minha maior freguesia era no cabaré. Dona Estrela fazia minha festa.
Mas a profissão durou pouco.
Depois que Dona Estrela acertou duas vezes na milhar, Zé de Horácio me demitiu sob o argumento de que eu dava azar.
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Mais sorte eu tive como locutor do leilão de João França. Ele erguia um pavilhão na frente da sua loja de miudezas durante as festas natalinas e instalava o bingo. Os apostadores disputavam prendas como pinicos de plástico, garrafas térmicas, bandejas, conjuntos de copos e perfumes baratos.
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Eu chamava as pedras e quando o apostador preenchia os números, gritava: “Bati!” Dali era só conferir e entregar o prêmio.
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Muitas vezes quem batia era Pajeú, o tapia escalado pelo dono para não permitir que alguns prêmios saíssem do seu habitat natural.
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Tempos bons, que a gente relembra com saudade.
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Inté.
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