Esse rapaz que foi morto ontem no estacionamento de um shopping no Altiplano do Cabo Branco, ao que parece, costumava comprar carro financiado e não pagar as prestações.Tenho em mãos relatórios sobre vários financiamentos não honrados, com cobranças ajuizadas na Justiça do Paraná. E o incrível é que, mesmo com o nome sujo, ele continuava financiando.
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Um cidadão comum que por acidente atrasa o financiamento fica sujo, vai pro Serasa e é logo alvo de busca e apreensão. Não poderá mais comprar fiado, etc e coisa e tal.
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A Câmara de Alhandra resolveu peitar a justiça e, em vez de cumprir o que foi determinada pela juíza da comarca, com o referendo do desembargador José Ricardo Porto, não reempossou o vereador João Sufoco e, no maior sufoco, fez nova reunião para cassar de novo o mandato do parlamentar mirim.
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Ninguém se engane, a rebordosa vai ser grande.
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Na sexta-feira da paixão a gente não comia carne, mais ainda, passava fome porque só poderia almoçar no começo da tarde. Acostumados a comer pelas 10 da manhã, os garotos de Seu Miguel ficavam rodeando a mesa e contando nos dedos os minutos que faltavam para devorar a curimatã ovada, a traíra lombo preto e o corró torrado no caco que Dona Emília preparava.
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Mas como era coisa de Deus, todos aguentavam em nome da paixão de Nosso Senhor.
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E o bredo era o prato mais apreciado.
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Bredo ao leite de vaca, traíra, feijão verde com maxixe e quiabo.
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No final do dia, todos iam ver a procissão, que percorria as ruas da cidade levando um enorme andor com Jesus Cristo em corpo inteiro morto nos braços da Virgem Maria.
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O andor era carregado por importantes figurões da terra, escolhidos a dedo entre os que davam generosas contribuições à Paróquia.
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Os sinos não tocavam na sexta-feira. Eram substituídos pela matraca, um instrumento de madeira que tinha um pedaço de ferro colado nele e que produzia um som fúnebre e arrepiante.
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As moças do cabaré de Estrela botavam ferrolho nos chibius e só liberavam os ditos cujos quando se anunciava o Sábado de Aleluia, que era quando se matava o Judas traidor e se comemorava a ressurreição com muito forró, cachaça, namoros e casamentos.
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Hoje tudo está mudado, nada é mais como dantes no quartel de Johnson Abrantes. A carne foi liberada (cadê minha picanha?), o vinho subiu de preço e Jesus foi substituído por Jair Bolsonaro na igreja de Silas Malafaia.
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Belos espetáculos da Paixão estão sendo encenados em João Pessoa, com destaque para o do pátio do São Francisco, onde atores globais protagonizam a história do nosso Salvador.
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Aqui onde me encontro, muita chuva neste momento.
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Eu gosto de chuva.
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Gosto daquelas fortes, com trovão e relâmpago.
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Lembra meus tempos de sertão, tempos que não voltam mais.
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Inté.
1 Comentário
Os judas de hoje, os políticos corruptos e desviadores dos recursos da saúde e da educação, tem que ser malhados a pau