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As primeiras do dia

31 de janeiro de 2025

O querosene era vendido no varejo. “Seu Diolindo, mãe mandou comprar destons de gás”, e lá ia seu Diolindo medir, da lata de querosene Jacaré diretamente para a meia garrafa de alguma coisa que levávamos para transportar a encomenda, o gás que iria alumiar os candeeiros.

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A noite chegava cedo, pelas seis horas o sol se escondia por trás da Serra do Brejo e o breu cobria a cidade. Aqui e ali uma luz opaca de candeeiro anunciava vida. Eram os candeeiros fabricados por Coquinho e outros frandeleiros do lugar.

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Coquinho era , além de fabricante, excelente consertador de coisas usadas. Se especializou em botar fundo novo em panela velha. E só cobrava destons, fosse serviço grande ou pequeno. Conta-se que conhecida dama o procurou com uma panela velha querendo saber quanto custava um fundo novo. “Destons”, respondeu Coquinho. A dama achou caro: “E se eu der o fundo?”, ao que Coquinho, de pronto, respondeu: “Aí eu boto de graça.”

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Os candeeiros lá de casa, além da luz, forneciam o fogo que papai usava para matar as muriçocas. O velho empunhava o candeeiro e ia queimando as muriçocas que dormitavam nas paredes depois de uma farta refeição com o nosso sangue. O fogo encostava e só se escutava o puf, as bichinhas caiam ao chão de pernas abertas, asas queimadas, bucho redondo vermelho de sangue, mortas.

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Quem podia se protegia com mosquiteiros. João França vendia de todos os modelos. Havia os mais tenros e os mais resistentes. Zacarias Nunes comprou do mais caro, circundou a cama e dispôs-se a dormir livre das ferroadas. Um candeeiro colocado no canto da parede alumiava o ambiente. E foi nesse ambiente que Zacarias acordou pela madrugada todo picado.

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Mas como! E o mosquiteiro? Foi aí que descobriu a artimanha das muriçocas. Elas, em fila, dirigiam-se ao candeeiro, esquentavam os bicos e, com os bicos vermelhos como espetos infernais, queimavam o mosquiteiro, entravam pelo buraco e faziam a festa.

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Nas casas mais abastadas, dos ricos, acendiam-se lampiões abastecidos com uma mistura de ar e álcool. Os ambientes ficavam iluminados, a claridade se fazia ver de longe. Esses também tinham o privilégio da geladeira a gás, onde se guardavam desde o capilé de João Costa às carnes compradas nas tarimbas de Veri, de Batista Arruda e de Vavá de Fofa.

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As noites deixavam as ruas vazias. As portas se fechavam ao entardecer. Só os boêmios se aventuravam a enfrentar o breu que cobria a cidade. Rumavam silenciosos para os braços das putas no cabaré de Estrela. Outros cantavam seus amores, divulgavam suas roedeiras nas serenatas ao luar. Era um tempo simples, nem celular existia. Mas a gente era feliz.

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A grande novidade deste sábado são os novos radares instalados pela Prefeitura em várias ruas para multar quem andar acima da velocidade permitida.

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Amanhã um paraibano vai subir ao pódio. Hugo Motta será consagrado presidente da Câmara, o segundo cargo mais importante da nação.

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E a nossa Zambelli, coitada, ficou desempregada. E nem espere solidariedade do mito. Ele não se solidariza com ninguém.

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O dólar caiu, voltou à casa dos R$ 5,00. Bastou uma fala de Lula para a moeda de Trump encolher o rabo.

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Lula é fodinha, igual ao Exército de Expedito Cazuzão.

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Essa história de Expedito eu conto domingo.

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Inté.

 

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1 Comentário

  • Reply Cleber 31 de janeiro de 2025 at 07:26

    O que cheguei a vir ontem foi um mentiroso contumaz fazendo o quê mais sabe, mentir, mentir e mentir.
    O problema é termos que suportar dois longos anos ainda deste enrolão.
    Vai ser difícil, isso se o país não se fuder antes.

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