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As primeiras do dia

28 de fevereiro de 2025

Na minha terra, Princesa Isabel, o carnaval começava e ainda começa na sexta-feira com o desfile do bloco ‘Cariri”. Ainda lembro da música: “Lá vem Cariri aí/ cansado de pegar criança/ pegando moça solteira/  pega tudo que a vista alcança”.

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Não tinha formação fantasiosa, esse tipo de corda separando o público do bloco nunca existiu, vai andando e ganhando adeptos, a orquestra tocando frevo e o foguetão pipocando no céu. Também jogam bombas de alta potência nos arredores do desfile. A cidade estremece.

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No sábado a festa continuava e continua com o Zé Pereira, não o coronel que comandou a rebeldia de 30 e quase derruba João Pessoa, mas um Zé Pereira cachaceiro, carnavalesco, enxerido e metido a besta, que transforma o sábado de carnaval numa festa deliciosa, com sabor de quero mais.

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A chegada do domingo era, agora eu digo era porque não sei se é mais, comemorada com o entrudo, o povo saía às ruas molhando com água e melando de talco quem encontrasse pela frente. E quem era molhado e melado aderia ao movimento, pegava seu balde e seu talco e ajudava a melar e molhar. E a multidão ia à loucura ao som de muito frevo e samba.

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Na parte da tarde chegavam os caretas, homens mascarados que desfilavam cheios de mistérios. Os caretas mais temidos vestiam-se com capotes de frio, penduravam chocalhos nos traseiros e usavam relhos de tanger bois para intimidar as crianças.

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Antônio Eugênio, famoso modista, confeccionava fantasias de príncipes e reis com as quais brindava os seus “meninos” e os via, com olhos de deleite, passarem em frente ao seu atelier garbosos e coloridos.

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À noite, Manoel Marrocos e orquestra comandava o baile no Clube Recreativo Princesense.

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O destaque maior do carnaval, porém, era o desfile dos Arapapacas com o velho Joaquim Gomes à frente e Zé de Ana e Luizinho de Calu marcando o passo do frevo.

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Tempos bons dos bons tempos que não voltam mais, vivem na lembrança de quem teve o privilégio de viver isso tudo.

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Ainda sobre o carnaval: tenho percebido um esvaziamento do Bloco das Muriçocas, o que é uma pena. E acho que isso acontece porque intelectualizaram e politicaram demais o bloco. Carnaval é alegria, descontração, irreverência, jamais palco para temas políticos ou sociais.

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Tomara que paruano a coisa mude e a alegria volte.

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Voltando à realidade, fiquei besta com a  denúncia do líder da oposição na Câmara Municipal de Campina Grande, vereador Anderson Almeida (PSB). Segundo ele, alguns auxiliares da dita cuja estão recebendo seus salários em dólar.

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Chego a duvidar, a não acreditar, a achar que é intriga da oposição. Quedo-me, por isso, a espera das explicações do prefeito Bruno Cunha Lima, que certamente virão.

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Camisinhas aos milhares, tubos de lubrificantes às centenas, estoque de graça para quem quiser usar e a certeza de que os garis vão ter trabalho redobrado.

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E vamos brincar.

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Inté.

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1 Comentário

  • Reply João Kened 28 de fevereiro de 2025 at 17:08

    Tinha essas também: VIVA ZÉ PEREIRA, VIVA JUVENAL. VIVA ZÉ PEREIRA NO DIA DE CARNAVAL.

    Ô Lalaô, ô, ô, ô… ô, ô, ô. Mas que calor, ô, ô, ô… Ô, ô, ô.

    Se você fosse sincera, ô, ô, ô, Aurora…

    Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é? Será que ele é:… Bichaaaaa…

    Foi numa casca de banana que eu pisei…

    Passei no vestibular…

    São algumas Manchinhas inesquecíveis de carnaval…

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