No passado mataram João Pedro Teixeira, Pedro Fazendeiro, Margarida Maria Alves e Nêgo Fuba. Agora matam José Bernardino da Silva e Rodrigo Celestino. E vão continuar matando agricultores, líderes de sem terras, porque a luta deles é inglória e incompreendida. Eles lutam pelos pequenos, pelos que nada tem e quem nada tem nada vale para esse povo que tudo tem, embora seja desprovido de caráter.
**
Eu nasci na roça, vim de um agricultor. Com ele limpei mato até ficar taludo. Acompanhei a luta dele como sindicalista de trabalhadores da roça. E sei o quanto é difícil defender esses homens de mãos caludas, semblantes envelhecidos pelo sol a pino dos roçados e boca sem dentes em razão da falta de dinheiro e de tempo para se cuidar.
**
Já naqueles tempos eu ouvia o comentário dos poderosos desdenhando dos direitos que se dava ao homem da enxada. Agricultor só tinha alguma valia em época de eleição. Ali, sim, ele servia para levar ao poder o coronel aproveitador, o filho do coronel vagabundo e as putas do coronel disfarçadas de damas.
**
O tempo passa e o modus operandi continua o mesmo. Encomendam a morte. João Pedro foi “encomendado” na estrada de Sapé. Ali seu corpo ficou varado de balas e no chão, manchados de sangue, ficaram os cadernos que ele havia comprado para os filhos estudarem.
**
A Pedro Fazendeiro e a Nêgo Fuba negaram tudo, até o direito a um túmulo. Desapareceram com os dois e as famílias até hoje não têm uma cova para chorar seus mortos.
**
Margarida havia jantado e tomava o café da noite, quando a chamaram na porta. Ele foi atender e teve o rosto desmanchado por um tiro de 12.
**
João Pedro, Pedro Fazendeiro e Margarida tombaram diante dos trabucos contratados por poderoso usineiro, que ao ter sua identidade e responsabilidade descobertas, foi beneficiado com a imunidade parlamentar proporcionada pela renúncia coletiva de 8 deputados, “adoecidos” para possibilitar a posse do oitavo suplente.
**
Resta descobrir o nome do mandante da hora. E rezar para ele não ser suplente de deputado.
**
Inté.
11 Comentários
QUEM RECEBE A GRANA PRA MATAR É UM POBRE E QUEM ACOBERTA OS MANDANTES E SEUS DESCENDENTES SÃO OS POBRES COM SEUS VOTOS.POR EXEMPLO QUEM ERAM OS CAPITÃES DO MATO QUE CAÇAVAM OS ESCRAVOS FUJÕES?
Amigo Tião, vc tem noticias de Tayrone ?
Pergubta a marcondes gadelha
VEJAM O DISCURSO DE ASFÓRA, NO VELÓRIO DE JOÃO PEDRO. VALE A PENA. CONTRA OS CANALHAS A SOCIEDADE SÓ VENCERÁ SE ESTIVER ORGANIZADA E UNIDA. COMO DISSE CHICO, É POBRE MATANDO POBRE. O MATADOR SE TORNA ALVO, PARA NÃO SER PRESO E NÃO “ABRIR O BICO” , CONTANDO QUEM É O BANDIDO MAIOR, MANDANTE E INTEREDIÁRIO, ESPECIALMENTE AGORA QUE, QUEM DELATA SAI IMPUNE E ENDINHEIRADO.
a esquerda é pura hipocrisia!
E a direita é o que
O povo elege os descentes e testas-de-ferro dos mandantes.
É MUITA CONVERSADEIRA DE MERDA POR PARTE DO DONO DESTE BLOG. TÁ COM PENA, TIÃO? MANDA INVADIR TEU SÍTIO LÁ EM BANANEIRAS!
Primeiro, não tenho sítio. Segundo, não conversamos merda. Terceiro, vá tomar onde a galinha toma.
KKKKKKKKKKKKKKK Gostei véi Tião!
Vi em nota do CAVN/UFPB que Rodrigo Celestino, morto no acampamento do MST, foi aluno, concluindo o curso de técnico em aquicultura em 2008. Sou contrário à grande parte das práticas do MST. Mas vejo a importância e necessidade da militância, da defesa das causas em defesa de classes.
Conclui o curso de técnico em agropecuária nessa renomada escola, fazendo posteriormente o curso superior de Ciências Biológicas, e me sinto triste por tal acontecido.
Lamento também saber que colegas, contemporâneos, que vivenciaram essa história, defendem essa onda de intolerância e violência, onde vidas são ceifadas.