Conta a história que determinado presidente do regime militar amiudou suas vindas a Paraíba depois que passou nos peitos uma mulher casada. Gostou da fruta e, de tanto gostar, quase ganha o título de Cidadão Pessoense tantas foram as vezes que desembarcou no Castro Pinto e alojou-se na suíte do Hotel Tambaú para se deleitar nos braços da sua diva dos outros.
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Diz a lenda que o marido, feliz, levava pessoalmente a consorte para o encontro com o presidente, que em seus braços tirava da face a fama de durão e se derramava em poemas de amor.
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Falam que o corno já morreu, mas morreu feliz. E a diva, viúva prendada e chorosa, vive bem até hoje com uma pensão dada pelo tesouro nacional.
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Agora, garantem as más línguas, a história se repete. E se repete na Paraíba.
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Falam de um coleguinha do batente que estaria oferecendo a esposa para braços diferentes dos seus, em troca de não se sabe o que. Poderia ser apenas para fazer o bem sem olhar a quem ou prova de desprendimento, tipo “eu não sou egoísta e o que é meu é de todos”. É aquela história, existe corno pra tudo.
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O leitor deve estar se perguntando porque eu conto a história e preservo os personagens. Eu respondo: Não é da sua conta. A mulher é do rapaz e ele faz dela o que quiser, principalmente porque o faz com o pleno consentimento da amada. Se fosse uma coisa forçada, uma intimidação, um “ou dá ou desce”, seria nossa obrigação denunciar, reclamar e protestar. Mas, no caso, só protesta quem ainda não teve acesso a tão saboroso manjar.
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Mas tais acontecimentos não se constituem novidade no nosso meio.
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Houve a ocorrência daquela noite em que o coleguinha, tomando ciência da infidelidade da esposa, anunciou a vingança terrível para o final do expediente.
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Terminado o expediente, saiu do trabalho, passou na padaria, comprou o pão do jantar, depois pegou o bonde em demanda do seu bairro, desceu do bonde, caminhou algumas quadras, aportou na sua rua e ficou a espreita, para ver se algum movimento suspeito era notado na residência palco da futura tragédia. Tudo escuro, parecia breu. Andou a passos largos até a casa e quando abria o ferrolho do portão, apareceu no terraço aquele caboclo forte, de peito nu, a perguntar o que ele, o coleguinha, estava querendo.
-Aqui é a casa de Seu Fulano?
– É, por que? -, respondeu o mulato.
E o coleguinha, enchendo-se de coragem, jogou o pacote na caixa dos peitos do negão, deu um rodopio para se retirar, mas antes avisou:
-Ele me mandou entregar o pão da janta”.
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De modo que chifre é um enfeite que só dói em cabeça de desacostumado.
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Inté.
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