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As primeiras do dia

1 de abril de 2019

Barraco de pobre, pode. De rico, não. Dá processo. Que o diga Mofi (foto), que em pleno dia em que se comemorava ou se lamentava o golpe de 64, foi vítima de processo por ter divulgado um barraco de gente rica.

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O secretário Adalberto Fulgêncio foi avistado, domingo, comendo uma peixada ao lado de Emerson Machado, o conhecido Mofi. Lá na Praia da Penha.

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As barragens que Ricardo Coutinho construiu estão enchendo. A da Pedra Lisa encheu e sangrou antes de completar um ano de inaugurada. E a Nova Camará está recebendo água de rodo.

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Segundo o jornalista Zé Duarte, apesar das chuvas torrenciais que caem na região desde o começo do mês, o Jatobá de Princesa só recebeu 10 por cento da água que sua bacia comporta. Culpa das barragens adjacentes.

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E esse DNOCS que nada fiscaliza deixa isso acontecer.

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Quer dizer que o preço do remédio vai subir de novo?

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O gás sobe direto.

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São os novos tempos.

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E vai piorar.

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O homem não gosta de pobre.

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E o calor, hein! De assar.

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Vídeo divulgado pelo Palácio do Planalto afirma que o golpe de 64 salvou o país.

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Os torturados e familiares dos assassinados que o digam.

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E em Monteiro deu peixe no meio da rua.

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Só  faltou reaparecer a peixaria da Lagoa.

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Mas enquanto há vida, há esperança.

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Este ano até a Semana Santa foi deslocada.

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Ficou perto do São João.

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Tá todo mundo doido.

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E eu vou dormir de novo.

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1 Comentário

  • Reply Lumière 1 de abril de 2019 at 11:54

    Será no Brasil a batalha decisiva da guerra na Igreja Católica
    Por Nocaute 31 de março de 2019

    Marcada para os primeiros dias de maio, a 57ª Assembleia Geral da CNBB vai escolher seu novo presidente. Após a votação secreta, a Igreja Católica do Brasil terá escolhido um seguidor da doutrina transformadora do papa Francisco, ou um representante da corrente fundamentalista, opositora do Pontífice e, em muitos casos, explícita apoiadora da eleição de Jair Bolsonaro.
    (…….)
    Entre os dias 1º e 10 de maio próximo a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, instalará sua 57ª Assembleia Geral na cidade de Aparecida (SP). O ponto alto do conclave será a escolha da nova Presidência da mais importante entidade católica do Brasil. Segundo os atuais estatutos, a Presidência será composta por um presidente, dois vice-presidentes, um secretário-geral e seu vice. Além destes, a Assembleia elegerá também – por voto direto e secreto – os doze presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e o delegado e o suplente junto ao Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).

    Podem votar e ser votados, segundo o Estatuto da entidade, os 323 bispos na ativa, os 171 bispos eméritos e representantes de organismos e pastorais da Igreja.

    Este não será, como na maioria das Assembleias anteriores, mais um encontro monótono e sem surpresas. Desta vez podem estar em jogo os destinos da Igreja no Brasil nos próximos anos. Dois projetos vão se confrontar em maio. O primeiro, do qual as lideranças mais visíveis foram os dois últimos antecessores de Francisco, João Paulo II e Bento XVI, mantém princípios medievais e defende um catolicismo distanciado da maioria da população, para que a instituição se concentre na depuração interna e se fortaleça para disputar a hegemonia no estado. É a teologia do domínio. O outro, a teologia da libertação, propõe seguir as linhas do papa Francisco: reaproximar a Igreja Católica do povo, especialmente dos mais vulneráveis, e defender o que chamam de “Catolicismo do Século XXI”.

    Em bom português, a Assembleia Geral da CNBB será uma cruenta batalha entre os seguidores do papa Francisco e os adversários do Pontífice argentino. A dois meses do pleito não há favoritos à vista, mas um generalizado temor de que a presidência vá para as mãos da corrente anti-Francisco. Se isto vier a ocorrer, temem os “francisquistas”, profundos retrocessos deverão ocorrer na Igreja Católica no Brasil. A principal mudança de rumo deverá ser a extinção de toda e qualquer ação social da Igreja, eliminando um trabalho iniciado há mais de 50 anos por bispos como dom Helder Câmara.

    Sociólogo católico, professor do IFRJ, participante do Movimento Fé e Política, o jornalista Jorge Alexandre Alves vê o encontro com preocupação:

    – O catolicismo brasileiro está diante de uma encruzilhada política. Nesse momento histórico complicado, se avizinham as eleições para a CNBB com rumores de que haverá mudança em seus estatutos. Estará nas mãos do episcopado brasileiro resgatar uma tradição profética recente, que fez da Conferência dos Bispos uma das instituições mais respeitadas do Brasil na defesa dos direitos humanos, e de grande credibilidade no dinamismo de suas ações – como a Campanha da Fraternidade. Ou optar por cair em um triunfalismo fundamentalista, alimentado por doses cavalares de formalismo litúrgico, distanciamento da vida concreta do povo, salpicada com generosas pitadas de pentecostalismo.

    O jornalista lembra que quem viu ou conviveu com bispos como Luciano Mendes de Almeida, Antônio Fragoso, Adriano Hypólito, Paulo Evaristo Arns, Tomás Balduíno, Waldyr Calheiros ou Aloísio Lorscheider, sente muita diferença:

    – O profetismo pessoal destes e de muitos outros, que oferecia uma pronta resposta aos desafios que se impunham à Igreja e à sociedade, foi substituído por um “profetismo institucional”. Este, por sua vez, é muito precavido nos termos e nas expressões. Embora os pronunciamentos sejam acertados, estão sempre um passo atrás dos acontecimentos. A reação parece lenta demais em um mundo marcado pela comunicação digital permitida pela internet e pelas redes sociais.

    O jornalista reconhece que ainda há “bispos-profetas” na ativa, e cita dom Adriano Ciocca, dom Joaquim Mol, dom Evaristo Spengler, dom Erwuin Krautler ou dom Antônio Carlos Cruz:

    – Mas, no conjunto do episcopado atual, estes representam uma “minoria abraâmica”, para ficar nas palavras de Dom Hélder Câmara.

    Jorge Alexandre alerta que são poucos os grupos que criticam abertamente o papa Francisco no Brasil. No entanto, mudanças cotidianas são pouco sentidas e o modelo de formação presbiteral ainda é o mesmo de outros tempos. Os escândalos de abuso sexual em várias partes do mundo indicam que alguma coisa precisa ser feita nesse sentido. Porém, o perfil de parcela de boa parte do episcopado brasileiro está mais próximo de João Paulo II e Bento XVI, que relevaram esses escândalos, do que de Francisco:

    – À frente da barca de Pedro está um Pontífice que dá sinais expressivos a respeito da direção que a Igreja deve tomar. Sua agenda social se resume nos três “T’s”: Terra, teto e trabalho. Bergoglio canonizou dom Oscar Romero e recentemente substituiu um cardeal arquiconservador por um padre perseguido por este mesmo bispo e que foi aluno de Gustavo Gutiérrez, um dos mentores da Teologia da Libertação. Na semana passada, o Papa reabilitou e mandou retirar a suspensão “ad divinis” imposta ao poeta e padre nicaraguense Ernesto Cardenal, também muito identificado com a Teologia Latino-americana.

    Ministro da Cultura do primeiro governo da Frente Sandinista, padre Cardenal foi humilhado e admoestado publicamente, de joelhos sobre a pista do aeroporto de Manágua, por um João Paulo II enfurecido, sacudindo o dedo indicador diante do rosto do sacerdote – imagem transmitida pela televisão de todo o planeta.

    João Paulo II e Ernesto Cardenal: admoestação pública.

    O jornalista lembra que, mesmo enfrentando oposição, o papa Francisco avança:

    – O Sínodo da Família sinalizou uma abertura pastoral aos recasados. O Sínodo sobre os jovens reforçou o protagonismo juvenil. Em sua última exortação sobre a santidade, Gaudete et Exsultate, o papa insiste em um modelo de santidade que se solidariza com a dor dos outros. Ao mesmo tempo, rejeita certa presunção de santidade baseada no sentir-se “superior aos outros por cumprir determinadas normas” ou por ser fiel “a um certo estilo católico”. Também rejeita certa visão de santidade baseada na “obsessão pela lei” e na “ostentação no cuidado da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja”.

    Francisco promoveu recentemente um encontro com 114 bispos presidentes de conferências episcopais para discutir a delicada questão dos abusos sexuais na Igreja. A magnitude desse encontro o tornou sem precedentes na história da Igreja, fazendo desse momento uma espécie de “pré-conclave” ou de “mini-concílio”, nas palavras do historiador italiano Alberto Melloni. Segundo ele, “o Bispo de Roma foi duplamente destemido: por tocar o dedo na ferida de forma objetiva, transparente e sem subterfúgios; e porque, em nome da justiça, arriscou um grande debate público a partir do qual poderia surgir uma oposição mais direta a seu pontificado, capaz de influir em sua própria sucessão.”

    Um papa aggiornato, tão sintonizado com o seu tempo, como Francisco, certamente causa perplexidade e reação nos clérigos e beatos conservadores de organizações ainda presas a padrões e comportamentos medievais como a Opus Dei. A reconexão do papa Francisco com o sentido mais profundo do cristianismo inquieta os fundamentalistas. Muitos não se conformam com seu espírito de abertura e com a sua eclesiologia.
    As objeções nunca assumidas a Francisco extravasam os muros da Igreja, já que Sua Santidade se revelou um crítico severo do livre-mercado, da exploração dos trabalhadores e da situação dos migrantes. Francisco hoje talvez seja o único líder em escala mundial que pode ser chamado de estadista. E isso incomoda muita gente

    (….)

    O candidato in pectore da ala anti-Francisco à presidência da CNBB era dom Orani João Tempesta, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, um entusiasta das candidaturas de direita no Rio e que confraternizou com Bolsonaro logo após a vitória eleitoral do ex-capitão. Dom Orani, no entanto, parece ter-se convertido em carta fora do baralho depois que seu nome foi citado na Lava Jato como suspeito de haver recebido dinheiro de origem suspeita.

    (……)

    Os adversários de Francisco, no entanto, não se esquecem de que ele é, em dois mil anos de Igreja Católica, o primeiro papa egresso da Companhia de Jesus. E sabem também que os jesuítas se orgulham da máxima que é declamada desde que a Ordem nasceu: “Nós não formamos apenas religiosos. Formamos soldados.”

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