As primeiras do dia

Esse negócio de brigar dando cabeçada é próprio de bicho de quatro patas. Os carneiros brigam assim. Os bodes também. Dizem que os parentes deles que vivem nas matas idem. É cada cabeçada que faz gosto.

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Lá na minha terra a gente não diz cabeçadas, fala em marradas. “Olha a marrada do carneiro!”, gritava de lá o entusiasmado Luizinho de Calú admirando a coragem do burrêgo de Seu Capuxu, ouvindo em troca o brado de Silivestre: “Sou mais a testa do bode pai de chiqueiro de Seu Diolindo!”

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Homem brigando igual a carneiro, a bode, a burrego, a alce e a outros bichos parecidos eu nunca tinha visto. Vi agora ao abrir a revista época e deparar-me com o vídeo mostrando o deputado conterrâneo metendo a testa na testa do oponente.

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E acho que não só para mim, mas também para outros tantos, esse tipo de arma era completamente desconhecido.

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E acho isso baseado na reação do famoso criminalista conterrâneo, que ao ser informado da testada dada pelo dito cujo na testa do outro, perguntou de pronto:

-Furou?

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Mas o homem disse que agiu em defesa das mulheres.

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O direito à privacidade virou utopia na Paraíba.

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Até que enfim o Kardec descobriu o que eu já sabia. Ele sabe do que estou falando.

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Hoje o funcionário do Estado acorda com o dinheiro do salário na conta.

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Antigamente ia pra fila pedir emprestado o que era seu.

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O Centrão voltou. Aqui e em alhures.

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A senadora Daniela quer tornar os crentes imunes aos crimes de homofobia.

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Os da rua que mexerem com os GLBTS enfrentarão processos, mas dentro das igrejas tudo pode.

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A senadora é crente, o irmão dela é crente e os crentes votam neles.

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Mas, segundo o procurador Eduardo Varandas, o projeto da senadora já nasce dentro da inconstitucionalidade.

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Esse ministro da educação é pior do que Damares.

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Só conversa miolo de pote.

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E aquela barbinha dele, então…

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Mais tarde mando notícias.