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AS PRIMEIRAS DO DIA

26 de março de 2020

Olhem para este decreto do presidente Jair Bolsonaro. Ele simplesmente fura a quarentena, manda reabrir as casas lotéricas do país, fechadas por decretos de governadores e prefeitos em razão do coronavirus. A partir de hoje, portanto, quem quiser apostar na mega, pagar boletos ou sacar dinheiro em contas da Caixa Econômica é só ir às lotéricas e ficar nas longas filas que com certeza se formarão, sentindo o bafo do vizinho e se contaminando.

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Com o aval inclusive do ministro Mandeta, que passou os últimos dias pregando o confinamento e agora mudou de tom, com medo de perder o cargo de ministro. Fraco, muito fraco, fraquíssimo, mais fraco do que caldo de batata com pirão de galinha de granja.

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Ricardo Coutinho acertou na mosca, cantou a pedra, destrinchou o mistério. Na live de ontem a noite ele disse que Bolsonaro está preparando o terreno para decretar estado de sítio no país. Sob estado de sítio ele reinará sozinho, juiz nenhum dará pitaco, ministro nenhum ditará ordens e deputados e senadores só terão direito aos salários que engordam suas mordomias.

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A Constituição brasileira prevê no seu artigo 137 a decretação do estado de sítio. Diz assim:

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:

I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;

II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.

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Pregando a desobediência, o caos, a absoluta descrença nas consequências de uma pandemia como a que está instalada no país, o presidente tem todos os argumentos para decretar o estado de sítio. E duvido que o Congresso, desmoralizado como é, tenha coragem de dizer não.E se disser, existe sempre o argumento do fuzil, da baioneta e do tanque de guerra. Aí o cabra, por mais macho que seja, afrouxa.

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A não ser que o homem seja empichado e internado na Juliano Moreira.

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Depois das loterias ele vai mandar reabrir os bancos.

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E em seguida o Cabaré de Terto.

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Afinal de contas, não se passa coronavirus pelo chibiu.

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Parece que já foi implantado nos contracheques de março do funcionalismo público da Paraíba o desconto de 14 por cento para a Pb-Prev aprovado pela Assembléia Legislativa a pedido do Governo do Estado.

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4 Comentários

  • Reply Lumière 26 de março de 2020 at 06:50

    DO SPUTINIK BRASIL;

    COVID-19 MÉDICO DIZ QUE BOLSONARO ESTÁ ILUDIDO E NÃO GARANTE EFICÁCIA DA CLOROQUINA

    Um médico brasileiro que liderou um ensaio clínico de uma combinação de drogas e antibióticos contra a malária para tratar o novo coronavírus pediu cautela nesta quarta-feira, dizendo que os resultados iniciais podem levar duas semanas.

    Nesta quarta-feira, o Brasil deu sinal verde ao uso da cloroquina relacionada ao tratamento do coronavírus, apesar de sua eficácia ainda não ter sido comprovada. Nos EUA, o presidente Donald Trump se referiu à substância como “um divisor de águas”.

    O julgamento da hidroxicloroquina, que está sendo liderado pelo Hospital Albert Einstein em São Paulo em conjunto com outros hospitais brasileiros, começou na segunda-feira e está testando a eficácia do medicamento em combinação com o antibiótico azitromicina em pacientes com COVID-19.

    Trump e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro promoveram a hidroxicloroquina e a cloroquina como possíveis tratamentos para infecções por coronavírus, enquanto tentam amenizar as preocupações com o vírus e proteger suas economias das consequências do surto.

    “Por enquanto é apenas uma ilusão, tanto para [Bolsonaro] quanto para Trump”, declarou Luiz Vicente Rizzo, médico do Hospital Albert Einstein.

    “Em algumas semanas, com um pouco de sorte, poderemos dizer, primeiro se funcionar, depois para quem trabalha e em que condições”, prosseguiu. “Estou torcendo para que funcione, eu e todos os outros”.

    Brasil
    19:52 25.03.2020URL curta
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    Um médico brasileiro que liderou um ensaio clínico de uma combinação de drogas e antibióticos contra a malária para tratar o novo coronavírus pediu cautela nesta quarta-feira, dizendo que os resultados iniciais podem levar duas semanas.

    Nesta quarta-feira, o Brasil deu sinal verde ao uso da cloroquina relacionada ao tratamento do coronavírus, apesar de sua eficácia ainda não ter sido comprovada. Nos EUA, o presidente Donald Trump se referiu à substância como “um divisor de águas”.

    O julgamento da hidroxicloroquina, que está sendo liderado pelo Hospital Albert Einstein em São Paulo em conjunto com outros hospitais brasileiros, começou na segunda-feira e está testando a eficácia do medicamento em combinação com o antibiótico azitromicina em pacientes com COVID-19.

    Trump e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro promoveram a hidroxicloroquina e a cloroquina como possíveis tratamentos para infecções por coronavírus, enquanto tentam amenizar as preocupações com o vírus e proteger suas economias das consequências do surto.

    “Por enquanto é apenas uma ilusão, tanto para [Bolsonaro] quanto para Trump”, declarou Luiz Vicente Rizzo, médico do Hospital Albert Einstein.

    “Em algumas semanas, com um pouco de sorte, poderemos dizer, primeiro se funcionar, depois para quem trabalha e em que condições”, prosseguiu. “Estou torcendo para que funcione, eu e todos os outros”.

    A linha do tempo de Rizzo parece contradizer Bolsonaro, que escreveu no Twitter nesta quarta-feira que os resultados poderiam ser divulgados nos próximos dias.

    “O tratamento […] mostrou-se eficaz nos pacientes que estão sendo tratados. Nos próximos dias, esses resultados podem ser apresentados ao público, trazendo a atmosfera necessária de tranquilidade e serenidade para o Brasil e o mundo”, disse Bolsonaro.

    Os médicos foram encorajados por relatos anedóticos de que a combinação dos dois medicamentos é eficaz. A hidroxicloroquina é um anti-malária e um anti-inflamatório usado para tratar doenças autoimunes.

    Outros estudos estão analisando a hidroxicloroquina por si só, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) está coordenando um estudo global sobre a cloroquina.

    Trump foi criticado por alguns cientistas por apoiar seu uso ainda não comprovado da droga. Um médico sênior da força-tarefa de coronavírus da Casa Branca, Anthony Fauci, afirmou que, embora Trump tivesse um “pressentimento” de que seria eficaz, eram necessários mais dados.

    Os perigos de tal promoção ficaram claros no início desta semana, quando um homem no estado do Arizona morreu após ingerir fosfato de cloroquina – um produto de limpeza de aquário semelhante aos medicamentos nomeados por Trump.
    Rizzo pediu paciência. “Espero que funcione […] Vamos ver”, concluiu.

  • Reply Angela 26 de março de 2020 at 07:25

    BOLSONARO TEM RAZÃO: O BRASIL NÃO É UMA ITÁLIA, O BRASIL É 26 ITÁLIAS.

    Por Tchelo

    Sim, o Brasil não é uma Itália. O Brasil é 26 Itálias.

    Se São Paulo e Rio de Janeiro são a Itália amanhã, o Amazonas é São Paulo depois de amanhã. Mato Grosso, Sergipe, Tocantins também. E por aí vai até os 26 estados brasileiros e o distrito federal.

    Daí a importância de cada governador adotar medidas adequadas à necessidade de seus estados.

    Há uma semana, no dia 17 de março, o primeiro caso de morte pelo Corona foi registrado em São Paulo. Até ontem foram contabilizadas 40 mortes no estado, com 810 casos de pessoas infectadas. E contando.

    Isso sem falar nos casos não testados. Estima-se que para cada caso confirmado existam mais 10 casos sem detecção. Vale lembrar, possíveis disseminadores da doença.

    Ontem foi confirmado o primeiro caso de morte pela Covid-19 em Parintins, distante mais de 300 km de Manaus. Pois é, já chegou lá.

    Mas não, o Brasil não é uma Itália. Lá é um país de velhinhos…

    Segundo o ministério da Saúde, em 2016 o Brasil tinha a quinta população mais idosa do mundo. Em 2019, o IBGE contou mais de 30 milhões de brasileiros com mais de 60 anos.

    Se essa doença só mata idosos, o que é mais uma mentira jogada ao ar, ao vivo, ignorar essa condição é colocar em risco quase 20% do povo brasileiro.

    Enquanto isso, apoiadores do atleta de carpete saem normalmente de suas casas.

    Recomenda-se cuidarem da saúde. Que tal flexão de braço de mentirinha?

  • Reply Lumière 26 de março de 2020 at 07:38

    EDITORIAL DA FOLHA DE SÃO PAULO, DIA 26 DE MARÇO DE 2020

    PRESIDENTRE, RETIRE-SE

    Diante da magnitude dos esforços necessários para mitigar os efeitos devastadores da epidemia do coronavírus sobre a saúde e a economia do Brasil, será preciso encontrar meios de anular, e logo, a capacidade de Jair Bolsonaro de estorvar a mobilização de guerra necessária para atravessar, com os menores danos possíveis, este episódio dramático da vida nacional.

    Nesta terça (24), em cadeia de rádio e TV, ele mostrou mais uma vez que não aprende nem se cala.
    Não aprende as lições da ciência e dos técnicos em saúde pública de todo o mundo e de seu próprio governo. Não se cala para evitar a propagação das estultices que povoam a sua mente apalermada.

    Tudo o que o Brasil não precisa neste momento é de um presidente que estimula a divisão e atrapalha a coordenação de diagnósticos e estratégias municipais, estaduais e federais contra a doença e o empobrecimento num país continental de 210 milhões de habitantes.

    O país tampouco pode perder tempo com brigas políticas entre o chefe de Estado e governadores, entre Executivo e o Congresso.

    Manter o máximo de pessoas em casa nesta primeira fase, ao mesmo tempo em que se expande a capacidade das emergências hospitalares, será crucial para diminuir as mortes evitáveis.

    Investir desde já na ampliação da testagem rápida, da busca ativa de infectados e do estoque de drogas que venham a se mostrar eficazes reduzirá o ônus para a saúde e a economia numa segunda etapa, quando os confinamentos mais duros forem levantados.

    As ondas de contágio e fatalidades, que se concentram agora nas áreas metropolitanas de São Paulo e do Rio, começam a caminhar para outras regiões. É preciso planejamento e concatenação entre autoridades para lidar com esse espectro de picos epidêmicos em diferentes estágios ao longo do território brasileiro durante meses.

    Na economia, urge construir e estender linhas inéditas de socorro à renda e aos empregos dos mais vulneráveis. O déficit e a dívida deverão subir, mas seria ingênuo imaginar que essa expansão não teria limites, mesmo se o Brasil fosse país rico.

    Para articular, com respeito ao conhecimento sanitário e econômico, todos esses esforços extraordinários, Bolsonaro precisa delegar poderes a uma força-tarefa que reúna as equipes técnicas da Saúde e da área econômica e dialogue com Congresso e governadores.

    Que se forme um núcleo de governabilidade capaz de deixar em segundo plano as sandices do presidente, e que os políticos tenham a grandeza de suspender suas vaidades e projetos eleitorais por ora.

    Assim deveriam transcorrer as próximas semanas, que serão decisivas para uma ponderação dos efeitos das providências já tomadas na preservação de vidas e na subsistência das famílias.

  • Reply JOCA 26 de março de 2020 at 08:16

    Tião, tu frequentaste o velho CABARÉ DE TERTO ? Era uma casa noturna, pobre, mas tinha ordem, disciplina e as meninas quase todas eram de outras cidades. Todas meninas novas. Quantas saudades daquela casa de pasto.

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