Eu gostava da minha avó, principalmente da mãe de mãe, Vó Olintha, magrinha, boquinha murcha, andar arqueado, jeito cansado. Gostava principalmente das costelas de porco que ela assava na brasa e dava pra gente comer com farinha. Era uma festa.
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A casinha dela era humilde, ficava num cubículo da Rua do Ferreiro. Mas eu amava a casinha de Vó Olintha. Eu e meus irmãos. E ela nos recebia de braços abertos, com aquele coração imenso guardado no peito raquítico.
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Era de família nobre, mas do ramo pobre. Seus primos ilustres eram ricos e poderosos, ela pobre, humilde e morando de alugado. Mas eles a respeitavam. E faziam questão de chama-la de parente.
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Criou família grande, tão grande que para nominar tem que se contar nos dedos: Emília, minha mãe, tias Jovem, Tertu e Inacinha e tios Nequim, Severino, Tintino e José.
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Quando ela morreu foi um chororô enorme. Todo mundo chorou. Só o menino, que ainda não sabia o que era morte, ficou brincando no meio da rua com os outros molecotes da Rua do Ferreiro.
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A cova dela ficava no final da parede central do cemitério de Princesa, já na descida para o Macapá.
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Por isso não entendo o porque de tanta indiferença para com a morte da avó da primeira dama. O presidente, neto afim, passou o dia em atividades funcionais e sociais. Mandou comida pro Líbano, anistiou Temer, fez checap no hospital, visitou o filho recém nascido do policial morto em confronto, mas não dedicou uma linha à pobre avó afim que morreu sozinha vitimada pelo Covid.
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Sequer mandou cloroquina para a pobre velha minimizar a dor.
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Eu acho que o amor está ficando egoísta. No meu tempo de menino avó era um ser precioso que a gente amava a não mais poder. Fosse rica ou pobre, bonita ou feia, era tudo avó, extensão da mãe ou mãe duas vezes.
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Como desgraça pouca é meio de vida, da China vem a notícia de que encontraram coronavírus em frango.
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Antigamente frango só pegava gogo.
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Amanheceu o dia 13 e Bayeux voltou à estaca zero. Nova decisão judicial suspendeu de novo a zinleição. Continua mantido até agora o julgamento de Ruy Carneiro. Até agora.
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Feliz é Luquinha do Brasil, candidato tucano a prefeito de Marizópoles. Segundo um assessor do atual prefeito, o homem vai com tudo para a vitória, pois tem a máquina da Prefeitura na mão e um milhão e meio doado por empresário da cidade para gastar.
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Bolsonaro cortou 60 por cento da verba publicitária da Globo. Agora o peido avoa.
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E eu vou tomar café.
5 Comentários
Se não estou enganado o TCU já se manifestou a respeito das verbas publicitárias do governo, e proibiu que a SECOM privilegiasse umas emissoras em detrimento de outra. E o critério usado pelo TCU foi a audiência.
O Bolsonaro não pode nem justificar a falta de solidariedade com a avó da mulher alegando que a familia dela é envolvida com práticas ilicitas, e que ela, a avó, já havia sido presa por tráfico, e que o filho dela, e tio da primeira-dama, está preso acusado de participar de milícia. Afinal, ele se solidarizou com a familia do miliciano Adriano Magalhães, quando ele foi morto na Bahia.
E a Globo ainda tem verba publicitária ? Precisa cortar tudo. Como pode alimentar um inimigo que passa o dia inteiro denegrindo sua imagem ? Fora Globo.
Estais falando do governo de um”democrata” estilo Kim Jong-un, não é?
Delação Premiada do Doleiro-Mor
A midia noticiou que o chamado doleiro dos doleiros Dario Messer fechou acordo com a 2a e 7a Vara Federal do RJ, e que fará delação premiada, devolvendo 90% dos seus bens à União. Bens avaliiados em 1 bilhão de reais
Mas o ponto central tem a ver com o aspecto temporal da delação. Ele, o doleiro, disse que falará”tudo” das operações que fez no passado.
● Será que a linha do tempo dele chegará até os anos 90?
● Será que ele contará tudinho mesmo?