Algum estudioso da política bem que poderia aproveitar o tema e escrever um trabalho sobre essa resistência do eleitor pessoense em votar nos candidatos a prefeito apoiados pelo Governo do Estado. Não vota, mas não vota de jeito nenhum. E a história está aí pra comprovar.
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Na década de 90 Zé Maranhão tentou emplacar Delosmar. Não deu. No governo de Cássio, o ungido da hora foi Ruy Carneiro. Não deu de novo. E olhe que Ruy foi pra disputa contando com uma mega estrutura, tinha o apoio inteiro da Câmara Municipal e dos chamados líderes de bairros. Seus comícios eram uma verdadeira apoteose, enquanto os de Ricardo Coutinho, seu adversário, eram humildes, sem festas, quando muito um sanfoneiro desafinado a tocar alguma música de forró para animar a galera.
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Na eleição seguinte o Governo botou João Gonçalves pra cuidar da gente e o vexame foi maior. João levou uma surra tão grande que perdeu o caminho pra Cruz das Armas. É bem verdade que foi abandonado. O próprio Governo, que o lançou, não acreditava nas suas possibilidades e o deixou sozinho, chupando o dedo.
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Voltando ainda mais ao passado, chegamos ao Governo do super poderoso Pedro Gondim. Pedro era a unanimidade eleitoral na Paraíba e ninguém tinha o topete de enfrenta-lo. Naquela eleição, botou o genro, Robson Espínola, como candidato a prefeito. Robson estava eleito. Não tinha nem graça. Do Tabaco da Burra ao Cangote do Urubu, passando pelo centro até chegar à orla, só dava Robson. Seus comícios tinha shows, girândolas, muita cachaça e mulher bonita.
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Para não deixar a eleição sem disputa, um jovem vereador chamado Domingos Mendonça Neto pediu ao seu PSD o direito de ser candidato. Ruy Carneiro, o senador, consentiu de má vontade. Seria trabalho perdido, gastos desnecessários. Mas Mendonça insistiu tanto que ganhou a legenda. Mas ficou sozinho. Quem iria perder tempo com um candidato liso, solitário, tido como doido?
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E a campanha rolou. Robson, seus comícios, suas girândolas, suas belas moças e Domingos, de feira em feira, enchendo o bucho de mocotó com macaxeira, de picado com cuscuz, tomando uma lapada de cana aqui, uma de Jurubeba ali, entrando nas casas, levantando as tampas das panelas para beliscar o bode, botando menino cagado no braço e fazendo as suas passeatas silenciosas e noturnas. Estava estabelecido o confronto desigual. Ia dar Robson com certeza.
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E o eleitor calado, indo votar.
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Abriram-se as urnas e, surpresa! Deu Domingos na cabeça.
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Por isso eu digo sempre: o eleitor de João Pessoa não gosta de votar em prefeito apoiado pelo Governo do Estado.
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Alguém precisa avisar aquele sobrinho treteiro que a legislação eleitoral proíbe reunião de campanha em repartição pública.
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O cariri, sempre o cariri. Depois do Congo, agora é Monteiro que serve de palco para mais uma chapa familiar. A deputada Edna Henrique se candidatou a vice na chapa da própria filha.
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O secretário municipal de comunicação, Fred Menezes, garante que é uma fraude eleitoral, pois se a moça ganhar Edna não vai renunciar ao mandato de deputada federal.
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Transcrevo a nota de Antonio Barbosa, fundador e ex-presidente do PT de João Pessoa:
Companheiros/as do PT de João Pessoa,
Visualizando esta noite os debates nos nossos grupos internos e nas redes sociais, fui tomado de susto e indignação.
Como filiado, fundador do PT/PB e ex-presidente do PT da Capital, afirmo minha total desaprovação em relação a falas desnecessárias e absurdas sobre o processo de construção das nossas estratégias partidárias e a consequente implicação de dirigentes PTistas no mesmo e, também, sobre a pessoa do nosso companheiro Ricardo Coutinho.
Falas que somente descontroem, acusam e perturbam não são bem-vindas em um Partido plural, democrático, que zela pelas suas instâncias decisórias e seus membros.
No primeiro caso, me deparei com o deslocado argumento de que o PT de João Pessoa está sob intervenção golpista, quando vivemos tão-somente a legalidade, a legitimidade e a normalidade de construção de uma estratégia política nacional em nível local por parte do Diretório Nacional e das lideranças locais do Partido.
Esse argumento busca ainda mistificar animosidades de qualquer parte ao companheiro Anísio Maia, liderança de longa data do PT.
Fiquemos com a Verdade: Não há golpe! O Diretório Nacional é o órgão deliberativo legítimo e legal para produzir situações como a demanda de aliança do PT com o PSB.
Um filiado ao PT que declara anular sua potência política em razão da complexidade atual das estratégias políticas, ele deve urgentemente voltar-se, pelo menos, ao estudo da nossa história de construção das candidaturas de Lula, de Dilma e de Haddad nos últimos 30 anos.
No segundo caso, e este me parece mais grave que o anterior, me deparei com uma fala injusta e desqualificada em relação à figura do companheiro Ricardo Coutinho, caricaturado como “fascista”.
Companheiros, os fascistas alienam o povo com discursos de ódio, de autoritarismo, de racismo, de homo- e transfobia, de militarismo reacionário, de fanatismo religioso, de preconceitos contras as minorias, pluralidades e diversidades, de romantização da guerra e do líder autocrata, de negação de Direitos Humanos, Trabalhistas, Sociais, de definição do adversário político como inimigo a ser metralhado.
O fascismo é a celebração da ordem política hierárquica e violenta, que nega a diferença e a liberdade em nome de mitos eugenistas e xenófobos como Nação e Raça.
Onde cabe, então, interpretar a trajetória política do companheiro Ricardo Coutinho como político de extração fascista?
O Diretório Nacional do PT, que em uma fala aparece como golpista interventor, legitima fascistas?
Não podemos incorrer nesses absurdos, companheiros/as!
Peço, assim, às três instâncias partidárias, que sejam enérgicas na defesa deste bem-comum no PT que é o uso civilizado, responsável e construtivo do DEBATE.
Companheiras e Companheiros do PT de João Pessoa,
Vamos aos fatos!
O primeiro deles é que somos um partido nacional: nos projetos institucionais, nos programas de governo, nas estratégias eleitorais, nas identidades políticas construídas.
Pensamos, sentimos e agimos como um PT organizado nacionalmente desde bases locais e regionais comprometidas com um amplo e duradouro projeto de transformação da sociedade brasileira.
Quiçá um caso único na política brasileira!
O segundo fato – de caráter mais imediato – é que estamos em ritmo acelerado de construção de uma candidatura para disputar a prefeitura de João Pessoa.
Disputamos para vencer!
Disputamos como o PT de Lula, de Dilma, de Haddad, de Gleisi, de Fátima, de Camilo, de Wellington Dias, de Rui Costa e de tantos outros companheiros que se alinham politicamente com nossos companheiros mais próximos do dia-a-dia: Anísio Maia, Frei Anastácio, Luiz Couto, Giucélia Figueiredo, Jackson Macêdo, Sandra Marrocos e Marcos Henriques.
Diante desses dois fatos, – de que somos um PARTIDO NACIONAL em CAMPANHA pela PREFEITURA DE JOÃO PESSOA, – devemos integrar o terceiro fato de que a nossa estratégia nacional de disputa eleitoral, tal como decidido pelo Diretório Nacional, passa pela aliança do PT com o PSB.
Temos, assim, o nome do companheiro de lutas Ricardo Coutinho, – já experiente fundador do PT na Paraíba, vereador, deputado estadual, prefeito e governador na nossa Paraíba e liderança nacional destacada na defesa dos governos do PT, – à frente desse projeto certamente vencedor de conquistar a Prefeitura de João Pessoa.
Vamos aos fatos, companheiras e companheiros do PT de João Pessoa!
É momento de somarmos FORÇAS contra as investidas de retrocesso autoritário da Direita bolsonarista que se organizam na nossa cidade.
É momento de estarmos unidos como PT nacionalmente organizado com os nossos companheiras e companheiros do PSB, do PCdoB e demais agremiações políticas ideologicamente próximas.
Nossas lideranças, – Anísio Maia, Frei Anastácio, Luiz Couto, Giucélia Figueiredo, Jackson Macêdo, Sandra Marrocos e Marcos Henriques, – tem aí um enorme papel a cumprir!
Nesse sentido interpreto a decisão nacional do PT em favor da nossa aliança com o PSB de Ricardo Coutinho e me apresento para este projeto político de, em breve, estarmos à frente da prefeitura de João Pessoa.
João Pessoa, 20 de Setembro de 2020.
Antonio Barbosa Filho
14 Comentários
Bom dia Tião…semana de bênçãos pra você…..boa lembrança essa questão dos candidatos apoiados pelo Governo do Estado…Ricardo que o diga o amigo esqueceu de falar em Estela que nem para o segundo turno foi e depois Cida outra peia kkkk….. É ainda que Ciço quebrou esse paradigma sendo eleito apoiado pelo Governo e o próprio Ricardo apoiado por Maroca …..
Sua memória ta lhe pregando umas peças amigo Tião…
Ricardo ganharia com Maroca ou sem maroca. Mas vc tem razão qdo fala de estela e Cida
Quem é Maroca?
Quem é Maroca?
Pela linha histórica, deve ser o Zé Maranhão.
Quem danado é Maroca ?
Cícero em 1996 foi eleito com o Apoio do Governo. E Delosmar foi o candidato de Ronaldo em 1992 e não Zé Maranhão.
O Tião meio esquecido mesmo!! Qual candidato apoiado por RC ganhou? Mesmo ele sendo prefeito ou governador!!
Joao Azevêdo
O Antonio Barbosa foi didático: deu uma aula sobre política.
Para muitos uma lição, para outros um cala-boca e tanto.
Vamos voltar ao enigmático MAROCA. Deve ser irmão desse tal MIRUCA. Aí dento.
Quem caralho é Maroca ?
É quem visita a rua da Areia e chupa piroca kkk
E o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, pode ter os seus direitos politicos cassados hoje pelo TRE-Rj, com o julgamento de 2 ações. Uma delas do proprio Ministério Público Eleitoral se refere ao caso que ficou conhecido como “Fala com a Márcia “.