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21 de setembro de 2020

Algum estudioso da política bem que poderia aproveitar o tema e escrever um trabalho sobre essa resistência do eleitor pessoense em  votar nos candidatos a prefeito apoiados pelo Governo do Estado. Não  vota, mas não vota de jeito nenhum. E a história está aí pra comprovar.

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Na década de 90 Zé Maranhão tentou emplacar Delosmar. Não deu. No governo de Cássio, o ungido da hora foi Ruy Carneiro. Não deu de novo. E olhe que Ruy foi pra disputa contando com uma mega estrutura, tinha o apoio inteiro da Câmara Municipal e dos chamados líderes de bairros. Seus comícios eram uma verdadeira apoteose, enquanto os de Ricardo Coutinho, seu adversário, eram humildes, sem festas, quando muito um sanfoneiro desafinado a tocar alguma música de forró para animar a galera.

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Na eleição seguinte o Governo botou João Gonçalves pra cuidar da gente e o vexame foi maior. João levou uma surra tão grande que perdeu o caminho pra Cruz das Armas. É bem verdade que foi abandonado. O próprio Governo, que o lançou, não acreditava nas suas possibilidades e o deixou sozinho, chupando o dedo.

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Voltando ainda mais ao passado, chegamos ao Governo do super poderoso Pedro Gondim. Pedro era a unanimidade eleitoral na Paraíba e ninguém tinha o topete de enfrenta-lo. Naquela eleição, botou o genro, Robson Espínola, como candidato a prefeito. Robson estava eleito. Não tinha nem graça. Do Tabaco da Burra ao Cangote do Urubu, passando pelo centro até chegar à orla, só dava Robson. Seus comícios tinha shows, girândolas, muita cachaça e mulher bonita.

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Para não deixar a eleição sem disputa, um jovem vereador chamado Domingos Mendonça Neto pediu ao seu PSD o direito de ser candidato. Ruy Carneiro, o senador, consentiu de má vontade. Seria trabalho perdido, gastos desnecessários. Mas Mendonça insistiu tanto que ganhou a legenda. Mas ficou sozinho. Quem iria perder tempo com um candidato liso, solitário, tido como doido?

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E a campanha rolou. Robson, seus comícios, suas girândolas, suas belas moças e Domingos, de feira em feira, enchendo o bucho de mocotó com macaxeira, de picado com cuscuz, tomando uma lapada de cana aqui, uma de Jurubeba ali, entrando nas casas, levantando as tampas das panelas para beliscar o bode, botando menino cagado no braço e fazendo as suas passeatas silenciosas e noturnas. Estava estabelecido o confronto desigual. Ia dar Robson com certeza.

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E o eleitor calado, indo votar.

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Abriram-se as urnas e, surpresa! Deu Domingos na cabeça.

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Por isso eu digo sempre: o eleitor de João Pessoa não gosta de votar em prefeito apoiado pelo Governo do Estado.

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Alguém precisa avisar aquele sobrinho treteiro que a legislação eleitoral proíbe reunião de campanha em repartição pública.

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O cariri, sempre o cariri. Depois do Congo, agora é Monteiro que serve de palco para mais uma chapa familiar. A deputada Edna Henrique se candidatou a vice na chapa da própria filha.

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O secretário municipal de comunicação, Fred Menezes, garante que é uma fraude eleitoral, pois se a moça ganhar Edna não vai renunciar ao mandato de deputada federal.

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Transcrevo a nota de Antonio Barbosa, fundador e ex-presidente do PT de João Pessoa:

Companheiros/as do PT de João Pessoa,

Visualizando esta noite os debates nos nossos grupos internos e nas redes sociais, fui tomado de susto e indignação.
Como filiado, fundador do PT/PB e ex-presidente do PT da Capital, afirmo minha total desaprovação em relação a falas desnecessárias e absurdas sobre o processo de construção das nossas estratégias partidárias e a consequente implicação de dirigentes PTistas no mesmo e, também, sobre a pessoa do nosso companheiro Ricardo Coutinho.
Falas que somente descontroem, acusam e perturbam não são bem-vindas em um Partido plural, democrático, que zela pelas suas instâncias decisórias e seus membros.

No primeiro caso, me deparei com o deslocado argumento de que o PT de João Pessoa está sob intervenção golpista, quando vivemos tão-somente a legalidade, a legitimidade e a normalidade de construção de uma estratégia política nacional em nível local por parte do Diretório Nacional e das lideranças locais do Partido.
Esse argumento busca ainda mistificar animosidades de qualquer parte ao companheiro Anísio Maia, liderança de longa data do PT.
Fiquemos com a Verdade: Não há golpe! O Diretório Nacional é o órgão deliberativo legítimo e legal para produzir situações como a demanda de aliança do PT com o PSB.
Um filiado ao PT que declara anular sua potência política em razão da complexidade atual das estratégias políticas, ele deve urgentemente voltar-se, pelo menos, ao estudo da nossa história de construção das candidaturas de Lula, de Dilma e de Haddad nos últimos 30 anos.

No segundo caso, e este me parece mais grave que o anterior, me deparei com uma fala injusta e desqualificada em relação à figura do companheiro Ricardo Coutinho, caricaturado como “fascista”.
Companheiros, os fascistas alienam o povo com discursos de ódio, de autoritarismo, de racismo, de homo- e transfobia, de militarismo reacionário, de fanatismo religioso, de preconceitos contras as minorias, pluralidades e diversidades, de romantização da guerra e do líder autocrata, de negação de Direitos Humanos, Trabalhistas, Sociais, de definição do adversário político como inimigo a ser metralhado.
O fascismo é a celebração da ordem política hierárquica e violenta, que nega a diferença e a liberdade em nome de mitos eugenistas e xenófobos como Nação e Raça.
Onde cabe, então, interpretar a trajetória política do companheiro Ricardo Coutinho como político de extração fascista?

O Diretório Nacional do PT, que em uma fala aparece como golpista interventor, legitima fascistas?
Não podemos incorrer nesses absurdos, companheiros/as!
Peço, assim, às três instâncias partidárias, que sejam enérgicas na defesa deste bem-comum no PT que é o uso civilizado, responsável e construtivo do DEBATE.

 

 

Companheiras e Companheiros do PT de João Pessoa,

Vamos aos fatos!
O primeiro deles é que somos um partido nacional: nos projetos institucionais, nos programas de governo, nas estratégias eleitorais, nas identidades políticas construídas.
Pensamos, sentimos e agimos como um PT organizado nacionalmente desde bases locais e regionais comprometidas com um amplo e duradouro projeto de transformação da sociedade brasileira.
Quiçá um caso único na política brasileira!
O segundo fato – de caráter mais imediato – é que estamos em ritmo acelerado de construção de uma candidatura para disputar a prefeitura de João Pessoa.
Disputamos para vencer!
Disputamos como o PT de Lula, de Dilma, de Haddad, de Gleisi, de Fátima, de Camilo, de Wellington Dias, de Rui Costa e de tantos outros companheiros que se alinham politicamente com nossos companheiros mais próximos do dia-a-dia: Anísio Maia, Frei Anastácio, Luiz Couto, Giucélia Figueiredo, Jackson Macêdo, Sandra Marrocos e Marcos Henriques.
Diante desses dois fatos, – de que somos um PARTIDO NACIONAL em CAMPANHA pela PREFEITURA DE JOÃO PESSOA, – devemos integrar o terceiro fato de que a nossa estratégia nacional de disputa eleitoral, tal como decidido pelo Diretório Nacional, passa pela aliança do PT com o PSB.
Temos, assim, o nome do companheiro de lutas Ricardo Coutinho, – já experiente fundador do PT na Paraíba, vereador, deputado estadual, prefeito e governador na nossa Paraíba e liderança nacional destacada na defesa dos governos do PT, – à frente desse projeto certamente vencedor de conquistar a Prefeitura de João Pessoa.
Vamos aos fatos, companheiras e companheiros do PT de João Pessoa!
É momento de somarmos FORÇAS contra as investidas de retrocesso autoritário da Direita bolsonarista que se organizam na nossa cidade.
É momento de estarmos unidos como PT nacionalmente organizado com os nossos companheiras e companheiros do PSB, do PCdoB e demais agremiações políticas ideologicamente próximas.
Nossas lideranças, – Anísio Maia, Frei Anastácio, Luiz Couto, Giucélia Figueiredo, Jackson Macêdo, Sandra Marrocos e Marcos Henriques, – tem aí um enorme papel a cumprir!
Nesse sentido interpreto a decisão nacional do PT em favor da nossa aliança com o PSB de Ricardo Coutinho e me apresento para este projeto político de, em breve, estarmos à frente da prefeitura de João Pessoa.

João Pessoa, 20 de Setembro de 2020.
Antonio Barbosa Filho

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14 Comentários

  • Reply Pedro Paulo 21 de setembro de 2020 at 06:43

    Bom dia Tião…semana de bênçãos pra você…..boa lembrança essa questão dos candidatos apoiados pelo Governo do Estado…Ricardo que o diga o amigo esqueceu de falar em Estela que nem para o segundo turno foi e depois Cida outra peia kkkk….. É ainda que Ciço quebrou esse paradigma sendo eleito apoiado pelo Governo e o próprio Ricardo apoiado por Maroca …..
    Sua memória ta lhe pregando umas peças amigo Tião…

    • Reply Sebastião 21 de setembro de 2020 at 07:53

      Ricardo ganharia com Maroca ou sem maroca. Mas vc tem razão qdo fala de estela e Cida

  • Reply augusto cezar 21 de setembro de 2020 at 08:31

    Quem é Maroca?

  • Reply AUGUSTO CEZAR CUNHA 21 de setembro de 2020 at 08:31

    Quem é Maroca?

    • Reply Angela 21 de setembro de 2020 at 10:53

      Pela linha histórica, deve ser o Zé Maranhão.

    • Reply Miruca 21 de setembro de 2020 at 11:08

      Quem danado é Maroca ?

  • Reply Standislau 21 de setembro de 2020 at 09:50

    Cícero em 1996 foi eleito com o Apoio do Governo. E Delosmar foi o candidato de Ronaldo em 1992 e não Zé Maranhão.

  • Reply Victor 21 de setembro de 2020 at 10:42

    O Tião meio esquecido mesmo!! Qual candidato apoiado por RC ganhou? Mesmo ele sendo prefeito ou governador!!

    • Reply Sebastião 21 de setembro de 2020 at 11:07

      Joao Azevêdo

  • Reply Delfos 21 de setembro de 2020 at 11:02

    O Antonio Barbosa foi didático: deu uma aula sobre política.
    Para muitos uma lição, para outros um cala-boca e tanto.

  • Reply Penha 21 de setembro de 2020 at 11:11

    Vamos voltar ao enigmático MAROCA. Deve ser irmão desse tal MIRUCA. Aí dento.

  • Reply LÚCIA DA RUA DA AREIA 21 de setembro de 2020 at 11:17

    Quem caralho é Maroca ?

    • Reply Frederico Evandro 21 de setembro de 2020 at 13:33

      É quem visita a rua da Areia e chupa piroca kkk

  • Reply Delfos 21 de setembro de 2020 at 11:26

    E o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, pode ter os seus direitos politicos cassados hoje pelo TRE-Rj, com o julgamento de 2 ações. Uma delas do proprio Ministério Público Eleitoral se refere ao caso que ficou conhecido como “Fala com a Márcia “.

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