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Até breve, Morengueira!

6 de fevereiro de 2021

Não posso dizer que era íntimo de Martinho Moreira Franco. Nos conhecíamos, nos cumprimentávamos, eu o admirava pela maneira bonita de escrever, eventualmente estivemos juntos na campanha de Burity em 86, mas mesmo nesse tempo eu integrava o segundo time, ele era do primeiro ao lado de outros amados e queridos colegas.

Quando nos encontrávamos pelas estradas da vida sempre havia a saudação amigável, mas não existia o telefonema para saber como cada um estava, tampouco os encontros de fins de semana para jogar conversa fora.

Isso, porém, não faz doer menos a sua perda. Martinho era uma unanimidade na imprensa da Paraíba. Era um colecionador de amigos e admiradores. Era um gentlemen.

Sabia que estava doente. Rubens Nóbrega chegou a me enviar fotos onde ele aparecia acamado, lutando contra o câncer. Isso serviu para matar a curiosidade diante do seu sumiço das páginas de A União.

Mas detalhes eu não sabia. Nem eu, nem os que o admiravam à distância.

Até que hoje chegou a notícia: Martinho morrera, às 9 da manhã de um sábado, o sábado que ele gostava de desfrutar bebendo uma cerveja gelada no Bar do Zé de Manaíra.

Hoje pela manhã, quando pegava a quentinha no restaurante de Lula, ex-garçom de Zé e hoje promissor empresário do ramo de bebida e comida, senti a tristeza estampada no rosto dos garçons e do próprio Lula ante a notícia inesperada.

O compridão Martinho, o sorridente escriba, o rapaz de Jaguaribe que falava diretamente ao coração dos seus leitores, partiu para outras plagas. Foi se encontrar com Luiz Augusto Crispim, com Nathanael Alves e com outros poetas da prosa no infinito de Deus, ciente de que seu papel aqui na terra foi concluído com louvor.

Até breve, Morengueira!

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2 Comentários

  • Reply João Vicente Machado 6 de fevereiro de 2021 at 18:04

    Martinho Moreira Franco era de uma geração que prezava pela ultima flor do lacio no dizer de Bilac.
    Ele, Gonzaga Rodrigues, F. Pereira da Nóbrega, Luiz Augusto Crispim. João Manoel de Carvalho, Biu Ramos, eram penas privilegiadas, elaboravam e escreviam como ninguém.
    Eram mestres da escola da qualidade e deram aulas àqueles que se interessaram pelo jornalismo de qualidade, embora nem todos os alunos tenham aprendido.
    Do time citado acima resta o velho e bom Gonzaga Rodrigues. Deus lhe dê vida longa.
    Requies cant in pace Martinho Moreira Campos

  • Reply Maria Lúcia 6 de fevereiro de 2021 at 18:49

    Triste notícia. Lembro muito bem que Martinho Moreira Franco já escreveu aqui no seu blog sobre a sétima arte. E eu também participava fazendo comentários sobre o que ele escrevia, porque também sou cinéfila. Maria Lúcia. Bananeiras-PB

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